A Taça da Liga foi introduzida no panorama do futebol português na temporada 2007/08, quando Fernando Chalana terminou a época enquanto interino do Benfica depois da saída de Camacho, quando Jesualdo Ferreira comandava o FC Porto e quando Paulo Bento era o líder do Sporting. Nessa primeira temporada, e a fugir à ditadura dos “três grandes”, o V. Setúbal conquistou a primeira edição da Taça da Liga nas grandes penalidades, frente ao Sporting. De lá para cá, o Benfica assumiu uma certa hegemonia na competição e venceu o troféu em sete dos últimos 12 anos.

Há uma coisa que Guedes pode ensinar a RDT – e que não se compra nem por 20 milhões (a crónica do V. Setúbal-Benfica)

Este sábado, o vencedor inicial encontrou o vencedor absoluto. O V. Setúbal recebeu o Benfica na última jornada da fase de grupos da Taça da Liga mas a verdade é que, esta temporada, as circunstâncias eram bastante diferentes para ambos. Se os sadinos estavam já eliminados, com apenas um ponto conquistado nos dois primeiros jogos, os encarnados estavam obrigados a ganhar e ainda dependiam de um tropeção do V. Guimarães, em casa, perante o Sp. Covilhã. No final do jogo, V. Setúbal e Benfica empataram e a equipa de Bruno Lage despediu-se desde já da Taça da Liga, algo que só tinha acontecido na fase de grupos uma vez (há dois anos, ainda com Rui Vitória).

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Num dia em que lançou cinco jogadores que orientou na equipa B no onze titular — Zlobin, Nuno Tavares, Tomás Tavares, Gedson e Florentino –, para lá de Morato e Jota e ainda David Tavares e Tiago Dantas saídos do banco, Bruno Lage não escondeu a desilusão por, além de não ter carimbado o apuramento, não ter conseguido vencer no Bonfim. “Aquilo que queríamos era vencer este jogo. Conseguimos aquilo que era a nossa estratégia, que era não deixarmos o V. Setúbal jogar. Depois, com alguma tranquilidade, chegámos à vantagem, mas nos últimos dez minutos deitámos tudo por terra”, disse o treinador encarnado no final daquele que foi o terceiro empate em três jogos na Taça da Liga.

Sobre a opção por jogadores muito jovens, o treinador garantiu que a equipa técnica ficou”contente com o desempenho de toda a gente”, com a ressalva de que “é sempre difícil estar muito tempo sem jogar”. “O mais importante foi mantermos a coerência das equipas e dos onzes que usámos para esta competição. Depois sabíamos que o V. Guimarães, com a qualidade que tem, e a jogar em casa, era muito provável ganhar o jogo. Queríamos encerrar o ano com um vitória, mas não foi possível”, acrescentou Lage, que fez ainda um balanço daquilo que foi o próprio 2019, já que este foi o último jogo dos encarnados neste ano civil.

“Ainda há pouco estava a fazer uma retrospetiva daquilo que foram os meus últimos 20 anos. Há 20 anos, estava no balneário aqui ao lado [o do V. Setúbal]. Estou a cumprir um sonho, tive as oportunidades certas, é tudo uma questão de oportunidade e cada momento é uma oportunidade. Estou satisfeito com aquilo de que a equipa foi capaz e com a dedicação também. Aquilo que nós prometemos do nosso lado é sempre trabalho, dedicação e empenho, para que não haja problemas mas sim soluções, como tem sido ao longo deste ano, e para que a equipa esteja em constante evolução”, concluiu Bruno Lage.

A final four da Taça da Liga, que vai novamente decorrer no Estádio Municipal de Braga, já conta oficialmente com o Sporting e com o V. Guimarães — que se qualificou pela primeira vez para esta fase da competição. Sp. Braga e P. Ferreira e FC Porto e Desp. Chaves decidem este domingo quem fica com as últimas duas vagas da derradeira fase da Taça da Liga, que nas duas temporadas anteriores foi conquistada pelo Sporting (venceu V. Setúbal e FC Porto nas finais, ambos nas grandes penalidades).