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Em tempo de Natal, Jesús trouxe os presentes e um Tiquinho de magia (a crónica do Desp. Chaves-FC Porto)

Este artigo tem mais de 4 anos

Em plena época festiva, Corona defendeu, atacou, assistiu e distribuiu presentes. Mas claro que, para tudo isso, para vencer o Desp. Chaves e seguir na Taça da Liga, precisou de um Tiquinho de magia.

O jogador mexicano assistiu Soares para o primeiro golo do jogo
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O jogador mexicano assistiu Soares para o primeiro golo do jogo

LUSA

O jogador mexicano assistiu Soares para o primeiro golo do jogo

LUSA

A meio da semana, num jogo que acabou por qualificar o FC Porto para os quartos de final da Taça de Portugal, Zé Luís protagonizou um lance perigoso perto da baliza do Santa Clara que acabou por tirar o médio Nené do jogo. O avançado cabo-verdiano tentou um pontapé de bicicleta e acabou por atingir o jogador adversário na cabeça, obrigando à saída direta de Nené do relvado para o hospital.

As notícias garantiram logo nas horas seguintes que o jogador se encontrava bem e que a ida para o hospital não tinha passado de uma precaução por parte da equipa médica do Santa Clara. Ainda assim, Zé Luís não quis restringir-se aos jornais e às televisões e ligou a Nené para ficar a par do estado do jogador — que terá revelado, de acordo com o jornal O Jogo, que perdeu a memória por alguns instantes depois da pancada mas que os exames realizados já no hospital acabaram por ter resultados normais.

Ficha de jogo

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Desp. Chaves-FC Porto, 2-4

Fase de grupos da Taça da Liga

Estádio Municipal Eng. Manuel Branco Teixeira, em Chaves

Árbitro: Carlos Xistra (AF Castelo Branco)

Desp. Chaves: Igor, Rafael Viegas, Medina, Hugo Basto, José Gomes, Jefferson, Gamboa (Platiny, 45’), Guzzo, Niltinho (João Correia, 42’), André Luís, Wagner (Bachi, 64’)

Suplentes não utilizados: Ricardo, Fatai, Diego Galo, Paredes

Treinador: César Peixoto

FC Porto: Diogo Costa, Saravia, Mbemba, Marcano, Manafá, Corona (Luis Díaz, 64’), Danilo (Otávio, 45’), Sérgio Oliveira, Nakajima, Soares, Marega (Fábio Silva, 78’)

Suplentes não utilizados: Marchesín, Pepe, Alex Telles, Zé Luís

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Soares (8’ e 16’), Marega (26’), Platiny (79′), Luis Díaz (80′), André Luís (84′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Danilo (23’), Medina (29’ e 88′), Saravia (36’), Mbemba (41’), Jefferson (52’), Platiny (73’); cartão vermelho por acumulação a Medina (88′)

A história, ainda que sempre digna de ser assinalada, não é inédita e dificilmente será única. É, aliás, pouco relevante se tivermos em conta o jogo deste domingo, em que o FC Porto se deslocava ao recinto do Desp. Chaves e onde Zé Luís nem sequer era titular. Adquire uma importância capital, porém, se recordarmos aquilo que têm sido as últimas semanas do clube: entre um empate no Jamor com o Belenenses SAD, uma alegada agressão de Sérgio Conceição a Pedro Ribeiro que se tornou uma autêntica novela, um inquérito aberto pelo Conselho de Disciplina e uma proximidade demasiado grande com aquilo que de menos positivo existe no futebol. Por tudo isto, o telefonema atento e preocupado de Zé Luís a Nené torna-se relevante — porque coloca o FC Porto do lado bom da história pela primeira vez em vários dias.

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Histórias à parte, a verdade é que o FC Porto visitava este domingo o Desp. Chaves em igualdade pontual com os transmontanos no Grupo D da Taça da Liga: ainda assim, os dragões tinham vantagem na diferença de golos e só precisavam de um empate para se juntarem a Sporting, V. Guimarães e Sp. Braga na final four da competição, enquanto que os flavienses precisavam mesmo de vencer para seguir em frente. Na Taça da Liga, Sérgio Conceição fazia várias alterações no onze inicial face à equipa que venceu o Santa Clara a meio da semana — desde logo, o regresso de Danilo à titularidade depois de dois jogos de ausência, com Sérgio Oliveira a fazer-lhe companhia no meio-campo (Uribe e Otávio, a dupla contra os açorianos, saíam do onze, com o colombiano a sair mesmo dos convocados). Alex Telles começava no banco e era Manafá o lateral esquerdo titular, Mbemba estava no lugar de Pepe, Saravia era o dono da direita da defesa mas Corona também estava de início, mais adiantado no terreno. Já Nakajima, que marcou o golo da vitória contra o Santa Clara e foi um dos melhores dos dragões, mantinha a titularidade.

Danilo voltou a ser titular depois de ficar de fora do onze nos últimos dois jogos

Contra o Desp. Chaves, onde César Peixoto se estreava este domingo como treinador principal depois de ter substituído José Mota, Sérgio Conceição tentava dar mais um passo rumo a uma conquista final que ainda lhe escapa a nível individual e que escapa também ao clube. Em 12 edições, o FC Porto nunca conquistou a Taça da Liga e Sérgio Conceição, ainda que nunca tenha perdido nenhum jogo durante o tempo regulamentar na competição, também nunca conquistou o troféu (foi sempre eliminado nas grandes penalidades). Os primeiros instantes da partida mostraram desde logo que o FC Porto não iria abandonar a estratégia aplicada nos últimos dois jogos, com Nakajima a aparecer nas costas de Soares. Uma das nuances mais interessantes da forma como os dragões estavam a jogar acabava por ser a dinâmica do corredor esquerdo, onde Manafá tinha carta branca para avançar e atacar porque Sérgio Oliveira fazia a dobra atrás e Marega, mais adiantado, procurava espaços interiores sempre que o lateral subia na ala.

A ausência de Otávio e Uribe no meio-campo, dois jogadores mais ofensivos do que Danilo e Sérgio Oliveira, acabava por restringir o desequilíbrio provocado pela linha intermédia da equipa mas permitia que os dois jogadores se dedicassem então às tarefas de compensação defensiva que libertavam os corredores. Era pelas alas, com Saravia também muito subido e a soltar Corona para o jogo interior, que o FC Porto ia atacando nos primeiros minutos da partida: e foi precisamente pelas alas que a equipa de Sérgio Conceição acabou por abrir o marcador. Saravia e Corona entenderam-se às mil maravilhas e foi o mexicano a cruzar para o segundo poste, onde Soares apareceu a cabecear sem hipótese para Igor (8′).

Os dragões chegaram ao segundo golo de forma natural e com um lance em tudo semelhante ao do primeiro, com Soares a cabecear novamente ao segundo poste depois de um cruzamento de Nakajima na direita (16′). A vencer por dois golos de vantagem, o FC Porto acabou por recuar ligeiramente as linhas e o Desp. Chaves viu-se obrigado a correr atrás do prejuízo, mesmo tendo em conta que podia pagar por isso através das transições rápidas dos dragões. A equipa de César Peixoto acabou por fazer duas aproximações quase consecutivas à baliza de Diogo Costa, com Niltinho e André Luís a rematarem ambos por cima da trave (21′ e 22′), mas foi mesmo o FC Porto a aumentar ainda mais a discrepância dos números no marcador. Carlos Xistra considerou que Jefferson fez falta sobre Soares no interior da grande área e assinalou grande penalidade, Marega ainda permitiu a defesa de Igor na conversão mas acabou por conseguir marcar de cabeça na recarga e face à passividade dos defesas flavienses (26′).

Diogo Costa ainda evitou, com uma grande defesa, o golo de Hugo Basto (41′) — já depois de César Peixoto ser obrigado a fazer a primeira substituição do jogo, lançando João Correia para o lugar do médio Niltinho, que saiu de maca depois de um lance com Saravia — e o FC Porto foi mesmo para o intervalo a ganhar por três golos e a um passo da final four da Taça da Liga. Além dos dois golos de Soares, Sérgio Conceição tinha como principal boa notícia mais uma boa exibição de Nakajima, que era a par de Corona o grande dinamizador da equipa. A atuar nas costas dos dois homens mais adiantados, o jogador japonês parece ter encontrado a zona onde está mais confortável e não só consegue libertar espaços para os colegas como é capaz de se soltar para ele próprio rematar à baliza (tentou duas vezes, as duas para defesa de Igor).

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Desp. Chaves-FC Porto:]

Depois do intervalo, Sérgio Conceição decidiu tirar Danilo e lançar Otávio no meio-campo. A saída do internacional português logo no início da segunda parte acabou por confirmar que a ideia do treinador do FC Porto foi dar alguns minutos ao médio, depois da lesão contraída contra o Feyenoord, do jogo de ausência com o Tondela e dos parcos minutos frente ao Santa Clara. A primeira parte de Danilo, aliás, revelou que o capitão dos dragões ainda não está totalmente recuperado ou, pelo menos, totalmente confortável: o médio cometeu alguns erros de posicionamento e até alguns passes errados que acabaram por dar origem a lances perigosos por parte do Desp. Chaves.

César Peixoto também mexeu ao intervalo, ao trocar Gamboa por Platiny e alterar o sistema tático da equipa para um claro 4x4x2, e o Desp. Chaves voltou do balneário mais solto e a chegar com maior facilidade ao último terço adversário — ainda que, naturalmente, esse fator fosse facilitado por um certo recuar e desacelerar do FC Porto, que assentava numa vantagem confortável e não estava à procura do golo como na primeira parte. A presença dos flavienses numa fase mais adiantada do terreno acabava por deixar largos metros do meio-campo do Desp. Chaves sem proteção e era na profundidade e na exploração desse espaço vazio que os dragões acabariam por apostar em toda a segunda parte, principalmente depois da entrada de Luis Díaz para o lugar de Corona.

Com o jogo progressivamente partido, fruto do desgaste físico dos jogadores transmontanos e também da menor intensidade dos dragões, o Desp. Chaves acabou por conseguir reduzir a desvantagem por intermédio de Platiny, que beneficiou de um bom passe de Bachi para bater Diogo Costa (79′). Luis Díaz respondeu de imediato, apontando o quarto golo do FC Porto assistido pelo recém-entrado Fábio Silva (80′), e André Luís voltou a marcar para o Desp. Chaves depois de isolado por Platiny (84′). Até ao final, Medina ainda foi expulso por acumulação de cartões amarelos mas o resultado não mais se alterou.

O FC Porto goleou o Desp. Chaves e está na final four da Taça da Liga pela terceira temporada consecutiva, onde vai encontrar o V. Guimarães. Com um bis de Soares, com mais uma boa exibição de Nakajima, com as entradas fortes de Luis Díaz e Fábio Silva, Jesús Corona continua a ser um dos elementos mais fortes da equipa de Sérgio Conceição: desde o setor mais defensivo ao mais ofensivo. Foi um dos grandes dinamizadores da primeira parte, assistiu Soares para o primeiro golo e foi dos poucos que não desistiram de atacar no segundo tempo. Mas claro que, para distribuir todos estes presentes durante a época festiva, precisou de um Tiquinho de magia.

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