Na tradicional mensagem “urbi et orbi” de dia de Natal, o papa Francisco falou esta manhã de quarta-feira à multidão reunida na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Num discurso breve, a que se seguiu a também habitual bênção aos fiéis, Francisco recordou as “crianças que padecem a guerra e os conflitos no Médio Oriente e em vários países do mundo” e lamentou as “trevas” que ensombram “relações pessoais, familiares, sociais” e “conflitos económicos, geopolíticos e ecológicos”.

Apesar de se dirigir a todo o mundo católico, destacou Síria, Líbano, Iémen, Iraque, Venezuela, Ucrânia, República Democrática do Congo, Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria, como os locais mais preocupantes daquela a que se refere como uma “humanidade ferida”. E lamentou a existência de “violências, calamidades naturais ou emergências sanitárias”, perseguições religiosas e “ataques de grupos extremistas”.

No final, naquela que foi a mais longa e pormenorizada referência, criticou as “injustiças” que têm obrigado tantas pessoas em todo o mundo, mas sobretudo no continente africano, a abandonarem as suas casas e a migrarem em busca de uma vida melhor. “Que o Filho de Deus, descido do Céu à terra, seja defesa e amparo para todos aqueles que, por causa destas e outras injustiças, devem emigrar na esperança duma vida segura. É a injustiça que os obriga a atravessar desertos e mares, transformados em cemitérios; é a injustiça que os obriga a suportar abusos indescritíveis, escravidões de todo o género e torturas em campos de detenção desumanos; é a injustiça que os repele de lugares onde poderiam ter a esperança duma vida digna e lhes faz encontrar muros de indiferença.”

O papa tem usado este discurso à multidão para abordar temas do ano. Em 2017, por exemplo, falou dos milhões de migrantes e refugiados que tiveram de fugir de suas casas. E no ano passado, o sumo pontífice destacou a pobreza mundial e um planeta, disse, no qual “uns poucos jantar de forma luxuriante enquanto demasiados outros passam sem o pão nosso de cada dia que precisam para sobreviver”.

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