Quase um terço das camas disponíveis nos planos de contingência de Inverno dos hospitais já foram ativadas. Pico da gripe deverá chegar nas próximas semanas e, segundo o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, as urgências já estão caóticas.
A notícia é avançada, esta quinta-feira, pelo Público, que cita a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).
Estas camas extra nos hospitais — para casos graves que precisem de internamento — e o alargamento dos horários dos centros de saúde são algumas das medidas implementadas nas unidades de saúde para adequar os serviços ao aumento da procura por parte dos utentes devido ao frio, à gripe e às infeções respiratórias.
“De um total de 1.269 camas previstas no âmbito dos planos de contingência das unidades hospitalares do SNS, 369 encontram-se activadas, o que corresponde a 29%”, refere a ACSS, acrescentando que, neste momento, há 110 centros de saúde no país a funcionar com horário alargado.
O número de camas ativadas deverá aumentar com a chegada do pico da gripe, que será “entre a última semana do ano e a primeira semana de 2020”, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Pico da gripe será atingido entre última semana do ano e primeira de 2020, alerta DGS
Já o diretor do Centro de Estudos e Avaliação em Saúde (CEFAR), da Associação Nacional das Farmácias, considera que o pico da gripe só deverá chegar “na segunda semana de janeiro”.
“O pico da epidemia só deverá ocorrer na segunda semana de Janeiro, mas as pessoas devem tomar medidas de imediato de prevenção dos contágios, como lavar frequentemente as mãos, usar lenços descartáveis e na ausência de lenço espirrar para o antebraço”, afirma António Teixeira Rodrigues.
O centro de estudos considera ainda que já há um surto de grupo no país, sendo que Lisboa e Faro são os distritos mais afetados.
De acordo com o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, já se nota um aumento da procura nas urgências hospitalares devido à gripe. Jorge Roque da Cunha afirma ao Público que “as urgências gerais estão um caos” e as equipas médicas estão “completamente assoberbadas”. “É necessário criar condições para a existência de equipas dedicadas”, acrescenta.