A zona de Vouzela, no distrito de Viseu, ultrapassou na quinta-feira o limiar de concentração de ozono entre as 20h e as 23h, informou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

Em comunicados enviados à agência Lusa, a CCDRC refere que foi registada na estação de Fornelo do Monte, no concelho de Vouzela, uma concentração média horária de 205 microgramas por metro cúbico de ar (µg/m³) entre as 20h e as 21h de quinta-feira. A concentração média horária subiu para 327 µg/m³ entre as 21h e as 22h, registando-se uma concentração média de 240 µg/m³ entre as 22h e as 23h de quinta-feira, valores superiores aos 180 µg/m3 definidos como valor “limiar de informação para este poluente”.

Os valores de concentração de ozono observados podem provocar “danos na saúde humana, especialmente nos grupos mais sensíveis da população (crianças, idosos, asmáticos, alérgicos e indivíduos com outras doenças respiratórias ou cardíacas)”, adverte a CDDRC. De acordo com a CCDRC, os residentes nos locais afetados devem reduzir ao “mínimo a atividade física intensa no exterior, (sobretudo ao ar livre)”, e evitar “outros fatores de risco, tais como fumar ou utilizar/contactar com produtos irritantes contendo solventes na sua composição”, como, por exemplo, gasolina, tintas e vernizes”.

Francisco Ferreira, presidente da associação Zero, considera que estes valores são demasiado elevados para as circunstâncias em que foram verificados, uma vez que a concentração de ozono é maior nos casos de temperatura mais elevada e muita radiação solar. “É provavel que sejam erros de medição que estão em causa e não diretamente concentrações desta natureza, que são demasiado elevadas para ocorrerem numa situação como esta: em dezembro, com temperaturas baixas e sem radiação solar”, explicou ao Observador.

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A questão, salienta Francisco Ferreira, pode ter passado por “um problema de medição ou de comunicação dos aparelhos”. O presidente da associação ambientalista refere, contudo, que a comissão esteve bem em lançar o aviso na mesma, uma vez que foi o cenário registado pelos aparelhos. Cabe agora fazer uma análise aos resultados.

É recomendável que os habitantes da área atingida “respeitem rigorosamente tratamentos médicos em curso” e que “recorram a cuidados médicos, em caso de agravamento de eventuais sintomas”, acrescenta. “A exposição a este poluente afeta, essencialmente, as mucosas oculares e respiratórias, podendo o seu efeito manifestar-se através de sintomas como tosse, dores de cabeça, dores no peito, falta de ar e irritações oculares”, sublinha ainda a CCDRC.

(Artigo atualizado com o comentário do presidente da Zero)