Um vermelho, uma substituição, um penálti assinalado pelo VAR, um penálti mandado repetir pelo VAR, um golo na recarga à segunda grande penalidade. Antes do intervalo, o encontro entre Wolverhampton e Manchester City que encerrou a jornada do Boxing Day teve um total de oito minutos de descontos. No entanto, a história ainda não ia sequer a meio e, com uma reviravolta fantástica, a armada nacional comandada por Nuno Espírito Santo (e mais uma vez viram-se algumas bandeiras portuguesas espalhadas pelo estádio e até um cartaz com pequenas luzes a pedir a camisola a Rúben Neves) derrotou os bicampeões ingleses com o 3-2 decisivo a surgir aos 89′.
Os filhos, o ioga e os barcos: as paixões de Rui Patrício (além de defender penáltis)
As coisas até começaram melhor para o Wolverhampton que, pouco depois dos dez minutos, passaram a jogar com mais um jogador: Diogo Jota foi lançado em profundidade nas costas da defesa do conjunto de Pep Guardiola, deu o toque para a frente e foi carregado por Ederson, que viu o seu primeiro cartão vermelho desde que chegou à Liga inglesa e obrigou à saída precoce de Kun Agüero do jogo para dar lugar a Claudio Bravo. O VAR confirmou nesse lance a decisão mas seria depois protagonista em dois momentos distintos em que brilhou Rui Patrício.
4 – Ederson is only the fourth goalkeeper to be sent off in the opening 12 minutes of a Premier League game; on the three previous occasions this has happened, none of the three teams receiving the red card went on to lose (W1 D2). Hope. #WOLMCI pic.twitter.com/GEp3PkUTjX
— OptaJoe (@OptaJoe) December 27, 2019
Após indicação do vídeo-árbitro, os visitantes beneficiaram de uma grande penalidade após pisão de Dendoncker na área a Mahrez. Chamado à conversão quando todos desesperavam por uma decisão no Molineux Stadium, Raheem Sterling assumiu a cobrança mas viu Rui Patrício cair também para o seu lado direito e defender o penálti antes de nova intervenção do VAR não pelo movimento do internacional português que estava ainda com o pé em cima da linha mas porque houve invasão da área antes da marcação. Guardiola ainda fez sinal para que o jogador a marcar fosse diferente, Sterling voltou a assumir, voltou a atirar para o mesmo lado, voltou a ver Rui Patrício defender mas desta vez foi feliz na zona onde caiu a bola, inaugurando o marcador na recarga (26′).
Rui Patricio's penalty record at Wolves:
Conceded to Luka Milivojevic
Conceded to Gabriel Jesus
Conceded to Josh King
Saved against Josh King
Conceded against Andrea Belotti
Saved against Paul Pogba
Saved against Raheem Sterling
Saved against Raheem Sterling pic.twitter.com/C09qILNlSo— Football For All (@FootballForAlI) December 27, 2019
O intervalo chegou com o City na frente apesar de ter menos um jogador, algo que se foi sentindo menos com o 2-0 de novo por Sterling, a ser lançado em profundidade nas costas da defesa dos Wolves para entrar isolado na área e picar por cima de Patrício com classe (50′). Pouco depois, Adama Traoré, o menino franzino que saiu das escolas do Barcelona e é agora um monstro em termos físicos, reduziu com um remate cruzado de fora da área (55′) mas os visitados continuavam a enfrentar muitas dificuldades para chegarem à baliza contrária, algo que começou a mudar com uma substituição de Guardiola (quando tirou De Bruyne e lançou Gündogan) que permitiu um forcing final do Wolverhampton para a reviravolta com golos de Raúl Jiménez (82′) e Doherty (89′) antes de Patrício ser quase “premiado” pelos esforços na metade inicial ao ver um livre de Sterling nos descontos bater na trave.
???????????????????????????? Wolves ???? Manchester City
Adama Traoré fez foi "locomotiva" na reviravolta dos comandados de NES, marcando um, assistindo outro e somando 10 dribles eficazes, 7 deles no último 1/3 citizen ⭐️#EPL #PremierLeague #WOLMCI #RatersGonnaRate pic.twitter.com/KQaPRwiqOq
— GoalPoint.pt ⚽ (@_Goalpoint) December 27, 2019
Com este resultado, o Wolverhampton subiu ao quinto lugar da Premier League com 30 pontos, à frente de Tottenham (29), Manchester United (28) e Arsenal (24) e apenas dois pontos dos lugares que dão acesso à Liga dos Campeões. Já o bicampeão Manchester City arrumou de vez as aspirações de revalidar o título, tendo já 14 pontos a menos do que o Liverpool e mais um jogo (contra o West Ham, adiado pela participação dos reds no Mundial de Clubes). No próximo domingo (16h30) vai haver um interessante Liverpool-Wolverhampton em Anfield mas há outro dado a retirar do que se passou esta noite no Molineux Stadium: mesmo havendo a condicionante da expulsão de Ederson, nunca uma equipa de Pep Guardiola tinha terminado um jogo com apenas 38% de posse.
One for the stats fans: Wolves restricted Man City to 38% possession, there. The lowest ever percentage of any Pep Guardiola side in his entire managerial career #WOLMCI #WWFC
— Johnny Phillips (@SkyJohnnyP) December 27, 2019
“Foi uma noite muito boa, o jogo foi fantástico. Tudo mudou com o Manchester City reduzido a dez, mas foi bom. Tivemos muito mais posse de bola do que estávamos à espera e por isso fomos à procura de soluções. Concedemos o segundo golo e dificultámos a nossa tarefa mas tivemos uma reação fantástica. Os golos foram muito bons. VAR? Estava a pensar não falar sobre o VAR, não posso falar com os árbitros diretamente… Há decisões que afetam tudo. Apenas vi as coisas através dos ecrãs. Dendoncker tocou em Riyad Mahrez no pé, mas será isso o suficiente? Não farei parte das discussões mas elas vão continuar. Temos de confiar no VAR e no árbitro. Eles veem as imagens em slow motion, por isso decidem melhor”, comentou no final do encontro Nuno Espírito Santo.
20% – Among the 35 managers that Pep Guardiola has faced at least five times in his managerial career, his lowest win ratio is against Nuno Espirito Santo (20% – 1 win in 5 games). Nemesis. #WOLMCI pic.twitter.com/ape4IS1UUa
— OptaJoe (@OptaJoe) December 27, 2019