Quem já conduziu uma pick-up, ou qualquer outro veículo mais comprido, sabe que é complicado fazer manobras e, sobretudo, encontrar um local onde realizar uma inversão de marcha. No caso das pick-up, o grau de exigência torna-se ainda mais complexo se tivermos as quatro rodas motrizes engrenadas, pois nestas condições a área necessária para voltar para trás é ainda maior.

Se este é um problema impossível de resolver para uma pick-up com motor de combustão, é substancialmente mais fácil para os modelos eléctricos com um motor por roda. Esta é uma opção que ainda não existe em nenhum dos veículos alimentados por bateria disponíveis no mercado, mas que vai passar a estar disponível já em 2020 – ao que tudo indica lá para o final do ano –, pela mão da Rivian R1T, bem como pela versão SUV deste mesmo modelo, o R1S.

Se montar um motor de combustão por roda sempre foi uma impossibilidade, pela manifesta falta de espaço, bem como a posterior dificuldade de sincronização, é algo relativamente simples num carro eléctrico. Em vez de colocar um motor de 300 cv por eixo, basta colocar dois de 150 cv, cada um deles acoplado a cada uma das rodas. O custo deverá ser ligeiramente superior, mas as vantagens que daí se podem retirar são muito mais apelativas, como aliás a Rivian acaba de demonstrar.

Em plena época festiva, esta startup que é também um dos mais recentes e prometedores fabricantes de veículos eléctricos do mercado, divulgou um vídeo que demonstra algo que já tínhamos revelado aqui, ainda que de forma não oficial. Imagine-se a circular num caminho em terra, não muito largo, em busca de um local mais “avantajado” onde realizar uma inversão de marcha e rapidamente vai perceber que não é tarefa fácil. Mas, para a Rivian, basta seleccionar a opção “tank turn” e acelerar sem sequer virar o volante.

Nesta opção, a R1T (ou o R1S), engrena os motores das rodas do lado esquerdo para a frente (por exemplo) e as do lado direito em sentido contrário, descrevendo assim um círculo sobre si própria. A marca aconselha a que a manobra apenas seja efectuada em piso escorregadio, do tipo terra, lama ou neve, tipicamente o que se pode encontrar durante as incursões pela natureza. Esta solução de manobra tem tanto de funcional quanto de espectacular, não deixando de ser curioso que seja, mais uma vez, uma pequena empresa a inovar na já secular indústria automóvel, retirando partido do potencial da tecnologia eléctrica.

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