Um mulher morreu no bloco operatório durante uma cirurgia num hospital de Bucareste, na Roménia, depois de os médicos terem usado um bisturi elétrico que, ao entrar em contacto com um desinfetante à base de álcool, fez o corpo da paciente incendiar-se.

De acordo com a BBC, que cita a imprensa romena, a paciente de 66 anos sofria de cancro no pâncreas e estava prestes a ser operada com o objetivo de remover o tumor.

A zona da incisão foi desinfetada com um produto à base de álcool e, de seguida, ainda com o desinfetante no corpo da mulher, os médicos utilizaram o bisturi. O equipamento eletrónico, assim que contactou com o álcool, provocou um incêndio no corpo da paciente, que sofreu queimaduras graves em 40% do corpo e morreu no hospital uma semana depois.

De acordo com relatos citados pelo jornal britânico The Guardian, uma enfermeira que estava no bloco operatório lançou sobre o corpo da mulher de 66 anos um balde de água para evitar que o incêndio se espalhasse.

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A família da vítima só soube dos detalhes da morte da mulher pela imprensa. De acordo com o relato da imprensa romena citada pela BBC, os familiares não foram informados da gravidade da situação e só souberam que a morte resultou de um “acidente”.

“Só queremos perceber o que aconteceu”, disseram os familiares à imprensa romena.

Entretanto, o Governo de Bucareste já se pronunciou sobre o caso, através do ministro da Saúde, Victor Costache, que prometeu investigar o caso. “Vamos fazer todos os possíveis para encontrar a verdade”, afirmou.

Quem já avançou uma conclusão preliminar foi o ministro adjunto, Horatiu Moldovan, que sublinhou que “os cirurgiões deviam ter em conta que o uso de desinfetantes à base de álcool é proibido em cirurgias feitas com recurso a bisturi elétrico“.

O caso está a ser visto na imprensa internacional como um exemplo do estado em que se encontra o serviço público de saúde na Roménia. Apesar de ter havido melhorias nos últimos tempos, com o aumento do financiamento, o sistema hospitalar da Roménia tem sido amplamente criticado pelas condições do equipamento e e pela falta de recursos humanos, incluindo médicos.