Os motoristas do setor privado de transporte de passageiros do Norte vão prolongar até ao final de março as greves parciais iniciadas em dezembro por aumentos salariais com efeitos retroativos a fevereiro de 2019, informou esta quarta-feira fonte sindical.

Um novo pré-aviso de greve emitido pelo Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN) abrange exatamente o período entre as 00h00 de quinta-feira, 02 de janeiro, e as 24h00 de 31 de março, cobrindo “todos os trabalhadores das empresas do setor de transportes rodoviários e pesados de passageiros dos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real”.

O STRUN representa, nestes seis distritos, cerca de mil trabalhadores.

O pré-aviso de greve incide sobre todo o trabalho extra em dias de folgas ou feriados e, nos restantes dias, abrange as duas primeiras e duas últimas horas de serviço de cada trabalhador, explicou à agência Lusa o coordenador do STRUN, José Manuel Silva.

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Os motivos que dão origem a estas greves prendem-se com a justa reivindicação dos trabalhadores, que exigem aumentos salariais e retroativos desde fevereiro de 2019″, disse o sindicalista.

O STRUN e a Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP) falharam em meados de novembro uma tentativa para chegar a um entendimento.

O sindicato reclama o pagamento de 300 euros, “30 euros por mês, desde fevereiro, mais o subsídio de férias”, mas o presidente da ANTROP, Luís Cabaço Martins, já disse que aceitar este pagamento seria desrespeitar os outros sindicatos.

Ainda assim, admitiu, “no limite” uma solução de compromisso, como o pagamento de um mês de retroativos. “Não fazia sentido agora pagar os retroativos desde fevereiro, quando tiveram a oportunidade de assinar o acordo e não o fizeram”, declarou Luís Cabaço Martins.

“Esta greve é absurda. É um sindicato que rejeita aumentos salariais. É ridículo”, referiu, garantindo não ser verdade que a ANTROP faltou ao acordado.