Quase três meses de negociações (desde as eleições em setembro) terminaram, na quarta-feira, com uma coligação improvável: os Verdes (Die Grünen) e o Partido Popular Austríaco (ÖVP) deram as mãos para selar um acordo de governação. Werner Kogler, presidente do Die Grünen, deverá ser vice-chanceler do novo governo chefiado por Sebastian Kurz, que até maio governava com a extrema-direita — governo que caiu na sequência do escândalo ‘Ibizagate‘.

“Conseguimos unir o melhor dos dois mundos”, afirmou Kurz, durante uma conferência de imprensa em Viena ao lado de Werner Kogler. E o melhor de dois mundos é a proteção do ambiente e das fronteiras do país. Mas não se adivinham tempos fáceis. O dirigente democrata cristão Kurz é apologista de uma linha dura no tema da imigração, enquanto os Verdes, que se identificam politicamente com a esquerda e chegam pela primeira vez ao governo, estiveram entre os mais duros opositores ao jovem dirigente de 33 anos quando ele decidiu — em dezembro de 2017 — dar as mãos à extrema direita no seu primeiro mandato.

Caso seja aprovada a coligação com os conservadores, num congresso dos Verdes, a Áustria vai passar a integrar a lista de países da União Europeia com ministros ecologistas no governo somando-se à Suécia, Finlândia, Lituânia e Luxemburgo. Segundo avança a BBC, os ecologistas deverão ficar com o controlo de quatro dos 15 ministérios no governo austríaco.

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