João Félix mudou-se para o Atl. Madrid durante o verão e beneficiou de um hype de popularidade que o atirou para tudo aquilo que era a atualidade desportiva e generalista tanto portuguesa como espanhola. Com o passar dos meses, e depois do primeiro jogo na liga espanhola, da primeira assistência, do primeiro golo, o jovem jogador português foi caindo na lista de prioridades daquilo que é o acompanhamento do futebol europeu. Lesionou-se, voltou, continua sem marcar golos mas no final do ano foi novamente notícia diária: quase sempre por tudo aquilo que fez fora dos relvados e não dentro deles.
Primeiro, recebeu o prémio Golden Boy, a distinção para o melhor jogador Sub-21 da Europa. Depois, ganhou no Dubai e ao lado de Jorge Mendes e Cristiano Ronaldo o troféu de Revelação do Ano dos Globe Soccer Awards. E por fim, num movimento mediático quase inevitável, foi notícia por tudo aquilo que é a vida pessoal de um jovem de apenas 20 anos durante o Natal e a passagem de ano. Este sábado, no Wanda Metropolitano contra o Levante, João Félix voltava à liga espanhola, à titularidade do Atl. Madrid e à perseguição aos golos que têm escasseado. Uma escassez que, como o próprio explicou em entrevista ao jornal A Bola, precisa da sua quota parte de sorte para acabar.
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— Atlético de Madrid (@Atleti) January 4, 2020
“Claro que queria já ter marcado mais golos, mas se calhar na época passada quando chutava era golo, se calhar batia na perna de um jogador e entrava e agora está a custar um bocadinho a entrar. Quando a bola começar a entrar vão ser uns golos atrás dos outros”, disse o jovem jogador. Se a bola não entrado para João Félix, também não tem entrado para o Atl. Madrid, que tem estado na atualidade do mercado de inverno devido ao interesse em Cavani, o avançado uruguaio do PSG que perdeu espaço entre Icardi, Neymar, Mbappé e Di María. Contra o Levante, a equipa de Simeone procurava começar 2020 da melhor maneira e não abrir ainda mais o fosso para Barcelona e Real Madrid. O ritmo da partida ficou patente logo nos primeiros segundos, com Félix a ficar muito perto de abrir o marcador e Correa a permitir a defesa ao guarda-redes Fernández, e depressa se percebeu que o jogo seria disputado a uma velocidade algo acima do normal.
Ainda antes de estar cumprido o primeiro quarto de hora, o Atl. Madrid acabou por chegar à vantagem através de uma jogada de ataque bem construída e eficaz — e que raramente se tem visto esta temporada na equipa de Diego Simeone. Thomas Partey abriu na direita em Trippier, o lateral inglês cruzou de forma tensa para a grande área e Correa apareceu a desviar de primeira para fazer golo (13′). A vantagem colchonera, contudo, durou apenas três minutos, já que Roger Martí aproveitou um livre batido de forma pouco ortodoxa para bater Oblak à meia volta (16′). Numa prova daquilo que estavam a ser os primeiros 20 minutos de jogo no Wanda, Felipe voltou a colocar o Atl. Madrid a ganhar com um cabeceamento forte depois de um cruzamento largo de Renan Lodi na sequência de um canto batido por Félix (18′). Na ida para o intervalo, e já depois de um quase inevitável desacelerar da partida, a equipa de Simeone estava a ganhar a um adversário que está a meio da tabela mas terminou a primeira parte com mais posse de bola (ainda que o Atl. Madrid fosse sempre mais perigoso quando chegava à baliza contrária).

Felipe, antigo central do FC Porto, marcou o segundo golo do Atl. Madrid
Na segunda parte, o Atl. Madrid teve dificuldades em ligar o setor intermédio ao mais adiantado e pareceu sempre assentar alguma confiança volátil na vantagem que ainda detinha no marcador. O Levante vendeu cara a derrota, mantendo algum ascendente durante todo o segundo tempo e procurando sempre o empate, beneficiando também daquilo que foi o progressivo desligar da equipa de Simeone da partida. Ainda assim, e muito fruto da qualidade individual da equipa, acabou por ser o Atl. Madrid a criar as melhores oportunidades até ao apito final, com João Félix a rematar rasteiro ao lado (80′) quando tinha tudo para fazer o terceiro golo colchonero.
Numa reta final de partida em que o Atl. Madrid foi obrigado a sofrer, já que recuou por completo e abriu espaço a vários minutos consecutivos em que o Levante soube asfixiar a defesa adversária e procurar a baliza, Oblak acabou por segurar a vitória do Atl. Madrid com uma defesa impressionante a um cabeceamento de Bardhi já nos descontos (90+3′). O antigo guarda-redes do Benfica, que defendeu 14 dos últimos 17 remates que equipas adversárias fizeram à baliza do conjunto de Simeone, garantiu os três pontos ao Atl. Madrid e a manutenção da distância para Barcelona e Real Madrid. João Félix, que foi substituído antes dos 90 minutos, voltou a ficar perto de marcar, voltou a não conseguir marcar e a bola continua a não entrar. É preciso esperar para ver se, como o próprio diz, “quando a bola começar a entrar vão ser uns atrás dos outros”.
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— Eleven Sports Portugal (@ElevenSports_PT) January 4, 2020