John Baldessari, um dos nomes mais proeminentes da arte conceptual, morreu este sábado, nos EUA, aos 88 anos. A notícia foi avançada pelo jornal L.A. Times, que cita o seu representante na cidade da Califórnia, Margo Leavin.

Baldessari nasceu no ano de 1931 em National City, na Califórnia, estado onde vivia atualmente. Cursou História da Arte na Universidade de San Diego antes de seguir carreira como professor, ao mesmo tempo que mantinha a sua atividade artística. Em 1970 entrou como docente na Califórnia Institute of the Arts e foi lá que ensinou grandes nomes como David Salle, Tony Oursler, Matt Mullican, e o próprio Lawrence Weiner — muitos manteve para sempre como amigos.

As suas primeira obras nasceram da fotografia e do texto antes de chegarem às telas. Nas décadas de 60 e 70 começou a apropriar-se de fotografias pré-existentes para criar peças mais complexas reminiscentes do surrealismo de outros tempos. Acabou por trabalhar ainda, pontualmente, com reproduções de obras de artistas importantes da história da arte moderna e modernista, acrescentando-lhes cores e círculos — que acabaram por se transformar na sua assinatura visual.

O seu trabalho baseou-se muito na linguagem verbal e na exploração (radical, por vezes) daquilo que a arte pode ou não ser. É possível encontrar paralelos entre o trabalho dele e o de Andy Warhol no que diz respeito à utilização do universo da imagem reproduzida industrialmente, por exemplo.

Expôs por duas vezes em Portugal na galeria de Cristina Guerra, sua representante em solo nacional, que confirmou a notícia da morte — uma em 2006 e outra em 2009. A sua estreia nacional, porém, deu-se em 2004, quando participou num projeto conjunto com Julião Sarmento e Lawrence Weiner chamado Drift, exposição com curadoria de Delfim Sardo no Centro Cultural de Belém.

John Baldessari deixa ainda uma extensa obra gráfica e várias performances e filmes, entre elas o polémico Unrealised Proposal for Cadavre Piece, em 1970, concebida. Nela o público era convidado a espreitar por um buraco para poder ver o cadáver verdadeiro de um homem conservado em câmara frigorífica. Esta performance acabou por nunca se realizar mas a documentação que resultou das várias tentativas para a concretizar foi exposta no Festival Internacional de Manchester de 2011.

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