Os utentes do serviço de urgências da pediatria do Hospital de Torres Vedras agendaram para esta noite, a partir das 21h30, uma vigília pacífica em frente ao hospital contra a falta de médicos pediatras neste serviço, que nos últimos dias tem sofrido vários constrangimentos.

Carmen Alves, organizadora desta vigília, explicou ao Observador que a iniciativa foi criada para “não deixar morrer a pediatria do hospital”. “Vai ser uma vigília pacífica para nos fazermos ouvir. Já perdemos a nossa maternidade para as Caldas da Rainha e não se justifica que as nossas crianças fiquem sem pediatria na nossa zona”, acrescentou.

Ainda este sábado, recorde-se, a Câmara Municipal de Torres Vedras disse estar a acompanhar “em permanência” a situação da urgência pediátrica do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), em permanência com a administração desta unidade de saúde e o Governo.

Câmara de Torres Vedras diz estar a acompanhar situação da urgência pediátrica

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De acordo com um comunicado enviado, o Ministério da Saúde já deu luz verde para que o CHO contrate mais médicos pediatras em regime de prestação de serviço. Na próxima semana, o presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, Carlos Bernardes, vai reunir-se com o Ministério da Saúde e a administração do CHO para a resolução do problema”.

Na vigília desta noite os participantes estão “em frente à pediatria, com cartazes, velas e lanternas” e vão tentar “chegar à falar com alguém que esteja na parte da pediatria para dar informações sobre o que se está a passar”, acrescenta Carmen Alves ao Observador. “Eles estão lá dentro e, melhor do que nós, sabem o que estão a sofrer e o que estão a passar”, sublinhou.

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Para a utente, é “desumano e impossível” ter apenas uma médica pediatra nos serviços de urgência. “Não vamos ficar por aqui. Esta vai ser a primeira de muitas iniciativas. A próxima vai ser na câmara”, assegurou ainda Carmen Alves. Foi também criada uma petição “Pela defesa da Pediatria do Hospital de Torres Vedras”, que já conta com mais de 1.300 assinaturas.

O presidente da autarquia marcou presença na vigília e, em declarações aos jornalistas captadas pela On FM, garantiu que até ao momento, “nenhuma criança teve de ser reencaminhada para outro hospital”. “Aquilo que se pretende é que em Torres Vedras se consiga estabilizar o quadro de pediatras no hospital. Isso é fundamental para continuarem a desenvolver um trabalho que é de 365 dias por ano”.

Este momento de vigília é um momento importante, de cidadania, onde os cidadãos também têm oportunidade de expressar aquilo que é o sentimento de todos nós: de que Torres Vedras continue a ter um serviço de pediatria”, acrescentou Carlos Berardes.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e de Peniche e serve cerca de 300 mil habitantes daqueles três concelhos, assim como de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).