O ouro está esta segunda-feira a negociar perto dos 1,5 dólares, em máximos de seis anos, com os investidores a procurarem este “ativo de refúgio” num contexto de incerteza política e aumento das tensões no Médio Oriente.

Segundo a agência financeira Bloomberg, o ouro estava na manhã de segunda-feira a subir 1,46% para os 1.574,84 dólares por onça, negociando em máximos registados em abril de 2013.

Os analistas da Goldman Sachs citados pela Bloomberg consideram que, perante a incerteza das relações comerciais dos EUA com o Irão, o ouro é um ativo mais “eficaz” para os investidores se protegerem do confronto, em comparação com o petróleo, embora este esteja também a valorizar desde sexta-feira e a negociar acima dos 70 dólares.

O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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No mesmo ataque morreu também o número dois da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque, Abu Mehdi al-Muhandis, conhecida como Mobilização Popular Hachd al-Chaabi, além de outras oito pessoas.

O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA mais a Alemanha –, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.