O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou esta segunda-feira que o Irão nunca irá ter armas nucleares, um dia depois de Teerão ter anunciado que se libertava do tratado que impunha limites ao seu programa de enriquecimento de urânio.

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“O Irão nunca terá uma arma nuclear!”, disse Donald Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter, depois de ter escrito várias outras mensagens de ameaça contra a república islâmica, desde o ataque aéreo de sexta-feira, que matou Qassem Soleimani, um alto comandante iraniano em Bagdade.

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Donald Trump decidiu retirar os EUA do acordo nuclear com o Irão, em 2018, por considerar que Teerão não respeitava os termos do tratado assinado em 2015 com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha.

Segundo esse acordo, o Irão concordou reduzir drasticamente o seu programa nuclear, impedindo que ele tivesse uma dimensão militar, em troca do levantamento de sanções económicas internacionais que sufocavam a sua economia.

Os EUA retiraram-se do acordo em 2018 e retomaram e endureceram as sanções contra o Irão, provocando uma escalada de tensão entre os dois países, com ataques mútuos na zona do Golfo, que atingiu o cume com a ação militar que vitimou Soleimani, na sexta-feira.

No domingo, o Irão anunciou que se considerava liberto dos constrangimentos do tratado, mas voltou a repetir que estaria disposto a retomar a aplicação dos compromissos, na eventualidade de uma mudança de atitude de Washington.

O general Qassem Soleimani, comandante da força de elite iraniana Al-Quds, morreu na sexta-feira num ataque aéreo contra o carro em que seguia, junto ao aeroporto internacional de Bagdade, ordenado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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O ataque ocorreu três dias depois de um assalto inédito à embaixada norte-americana que durou dois dias e apenas terminou quando Trump anunciou o envio de mais 750 soldados para o Médio Oriente.

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O Irão prometeu vingança e anunciou no domingo que deixará de respeitar os limites impostos pelo tratado nuclear assinado em 2015 com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas — Rússia, França, Reino Unido, China e EUA — mais a Alemanha, e que visava restringir a capacidade iraniana de desenvolvimento de armas nucleares. Os Estados Unidos abandonaram o acordo em maio de 2018.

No Iraque, o parlamento aprovou uma resolução em que pede ao Governo para rasgar o acordo com os EUA, estabelecido em 2016, no qual Washington se compromete a ajudar na luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico e que justifica a presença de cerca de 5.200 militares norte-americanos no território iraquiano.