Com 95% dos votos contados, Zoran Milanovic é o novo Presidente da Croácia, com 53% contra 47% da candidata conservadora e chefe de Estado cessante, Kolinda Grabar Kitarovic, de acordo com dados da Comissão Eleitoral. A segunda volta das eleições teve lugar este domingo, poucos dias após a Croácia assumir a presidência rotativa da União Europeia. Com esta vitória, Milanovic, que foi primeiro-ministro da Croácia entre 2011 e 2016, consegue colocar o centro-esquerda no poder, quando tudo indicava que haveria um reforço da extrema-direita no país.

O agora eleito Presidente é também líder do Partido Social-Democrata da Croácia (SPH), o maior partido político de centro-esquerda na Croácia, desde 2007. Já a atual presidente da Croácia, que sai vencida do escrutínio, está no cargo desde 2015 e tem o apoio do partido de centro direita HDZ, que dominou a Croácia quase ininterruptamente desde a independência do país, em 1991.

Durante a campanha, as sondagens davam conta de um reforço da extrema-direita, num país que enfrenta a pressão dos migrantes nas suas fronteiras e que, tal como os seus vizinhos dos Balcãs, se vê confrontado com corrupção endémica e o êxodo em massa dos seus habitantes.

No entanto, a “Croácia normal” prometida pelo social-democrata Zoran Milanovic acabou por vencer nas urnas à “Croácia autêntica” proposta por Kolinda Grabar-Kitarovic. O novo presidente, um  antigo diplomata de 53 anos, prometeu durante a campanha fazer da Croácia uma democracia onde os direitos de todos sejam respeitados. “A Croácia é uma República para todos, para cidadãos iguais”, disse. Foi durante o seu mandato de primeiro-ministro que o país entrou para a União Europeia com o objetivo de melhorar a economia, o que não aconteceu. Milanovic também foi incapaz de pôr fim à corrupção na política croata.

Kolinda Grabar-Kitarovic, de 51 anos, que em 2015 se tornou na primeira mulher chefe de Estado croata, perdeu, durante a campanha, a confortável vantagem que tinha sobre os seus rivais. Apesar dos apelos à direita nacionalista, das suas repetidas referências ao patriotismo e à Guerra da Independência de 1991-95, não conseguiu convencer os eleitores.

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