Andrew “Boz” Bosworth, uma das pessoas mais importantes dentro do Facebook, aconselha um consumo moderado da deliciosa e muitas vezes viciante rede social.

“O Facebook não tem os mesmos efeitos que a nicotina, mas é provavelmente como o açúcar. O açúcar é delicioso e é uma parte especial das nossas vidas mas os seus benefícios advêm da moderação”, escreveu o executivo num memorando interno distribuído aos colabores da empresa criada por Mark Zuckerberg e ao qual o The New York Times teve acesso.

“Boz” dedica-se há muitos anos à análise dos dados publicitários partilhados no Facebook e sustenta que os algoritmos nos expõem “àquilo que desejamos” e ressalva que aquilo “que desejamos nem sempre é o que nos faz bem”. O empresário considera ainda que, embora a rede social não seja “tão fatal como o bacon”, o seu uso pode ser viciante e os “dependentes” devem assumir as responsabilidades da “adição”.

No seu memorando interno não se limitou, contudo, a comparar a rede social a comida. Bosworth notou que a rede social pode ser particularmente eficaz em transmitir mensagens políticas, referindo-se à campanha de Trump que considerou ser “a melhor que já viu”. Para ele, as capacidades da rede social, não se estendem, contudo, à “venda” de ideologias. “Quando leem um artigo partilhado pelo vosso tio, ou sobrinho, repensam os vossos valores ou ficam ainda mais convictos de que estão certos?”, rematou.

Após várias considerações, que incluíram analogias a bolachas “oreo” e ao “Senhor dos Anéis”, Andrew Bosworth sublinhou a urgência de estudar melhor os algoritmos, que se dedicam, permanentemente, ao estudo dos nossos dados, gosto, desejos e ideologias.

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