Um tribunal de segunda instância norte-americano anunciou esta quinta-feira a decisão de permitir que o governo dos EUA utilize 3,6 mil milhões de dólares (cerca de 3,2 mil milhões de euros) de fundos militares para construir o muro na fronteira com o México.

Em dezembro, um juiz tinha impedido Donald Trump de utilizar aquela verba para a construção do muro — depois de o presidente norte-americano ter tomado, em fevereiro, a controversa decisão de decretar o estado de emergência para transferir dinheiro do Pentágono para a construção do muro.

O juiz David Briones acolheu a pretensão do condado de El Paso e da Border Network for Human Rights de considerar que o presidente tinha excedido a sua autoridade ao decretar a situação de emergência nacional para transferir fundos para o muro — a sua grande bandeira eleitoral. Trump prometeu construir 450 milhas (mais de 700 quilómetros) do muro até 2020.

A administração de Trump recorreu da decisão de dezembro e a resposta chegou agora: o presidente poderá utilizar o dinheiro do Departamento da Defesa par construir o muro. A decisão do juiz de primeira instância fica por agora suspensa — embora, como aponta a CNN, o caso continue a decorrer.

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A decisão de financiar parcialmente a construção do muro com fundos vindos do Departamento da Defesa foi criticada duramente pelos opositores de Trump, que classificaram a declaração de emergência (com base na tese de que a questão da fronteira com o México é uma crise de segurança nacional) como uma manobra para contornar o Congresso.

O presidente Trump já reagiu, através do Twitter, à notícia. “O tribunal de recurso do quinto círculo reverteu uma decisão de um tribunal inferior e deu-nos luz verde para construir uma das maiores e mais desesperadamente necessárias secções do muro da fronteira sul”, escreveu Trump. “Quatro mil milhões de dólares. Todo o muro está em construção ou preparado para começar.