O encontro até tinha sido relativamente calmo até aos 45 minutos, com duas grandes intervenções de Oblak a remates de Messi e Griezmann entre um desvio para canto de Felipe que por pouco não deu autogolo e um livre lateral de Herrera que Neto conseguiu defender para canto, quando surgiu o momento do jogo. Um golo? Não. Um toque de classe? Podia ser mas também não. Um lance polémico não assinalado? Não porque o VAR funcionou bem. O primeiro momento do jogo foi mesmo aquele que nasceu após o apito para o intervalo, numa confusão entre jogadores que acabou por tornar-se um encanto para a imprensa espanhola.

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No seguimento de um lance na área do Barcelona onde Correa falhou o cruzamento, Jordi Alba foi de dedo em riste à cara de João Félix a queixar-se de um lance anterior e o português respondeu tirando com veemência o braço do espanhol da frente. Os jogadores foram separados mas as quezílias estavam longe do seu capítulo final: primeiro foi Piqué a querer impor respeito ao número 7 do Atl. Madrid, depois foi Messi que se foi meter ao barulho e Félix não se ficou, tendo havido um encosto de cabeças antes de serem também separados. Luis Suárez, como não poderia deixar de ser, foi o último a chegar-se ao português mas a intervenção de Savic e outros jogadores colchoneros colocou fim de vez à confusão, num final quente antes de uma segunda parte escaldante.

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Com apenas 20 segundos do segundo tempo, Koke, que acabara de entrar para o lugar de Herrera, inaugurou o marcador numa jogada bem iniciada num trabalho individual de João Félix que viu Correa antes da assistência para o capitão que teve uma entrada de sonho na meia-final da Supertaça de Espanha (antes de sair por troca com Marcos Llorente, mais uma vez por lesão). No entanto, o público presente no King Abdullah Sports City, na Arábia Saudita, acabaria por ser em ação aquele que foi sempre o seu Jeddah preferido: Lionel Messi. O que ninguém imaginava era que o império do Atl. Madrid virasse para 3-2 numa segunda parte de loucos.

Apenas cinco minutos depois do 1-0, o argentino conseguiu fazer o empate com um remate de pé direito na área sem hipóteses para Oblak, antes de voltar a marcar num lance de génio que acabou por ser anulado pelo VAR por ter tocado com o braço na bola antes do tiro colocado na baliza dos colchoneros. Não seria aí que o Barcelona passaria para a frente mas também não demoraria muito mais até pelo total domínio que conseguira na partida: após cruzamento de Jordi Alba da esquerda, Oblak ainda conseguiu defender o cabeceamento de Suárez mas, na recarga, Griezmann marcou à sua anterior equipa e fez a reviravolta aos 62′.

Simeone arriscou, trocou Lodi por Vitolo mas acabou por perder Koke, o que tirou ainda mais metros ofensivos a uma equipa que já estava a ter grandes dificuldades em chegar à área contrária e que só não ficou a perder por 3-1 porque um golo de Piqué numa bola parada estudada com assistência de Vidal acabou por ser anulado de forma milimétrica por adiantamento do chileno na altura do passe. No entanto, e em apenas cinco minutos, tudo voltaria a mudar mas ao contrário: no seguimento de uma falta de Neto sobre Vitolo na área, Morata fez o empate de grande penalidade (81′) e pouco depois foi Correa que voltou a vestir a capa de salvador do Atleti para, isolado no corredor central aproveitando um autêntico buraco na defesa blaugrana, rematou para o 3-2 (86′) no seguimento de uma grande assistência de Morata, que viria a ser determinante na remontada.

Apesar de ter sido quase sempre melhor, o Barcelona saiu da Arábia Saudita com uma derrota e a final da Supertaça de Espanha será disputada entre os dois rivais de Madrid no domingo às 18 horas, naquela que será também a primeira final de João Félix desde que chegou ao Atlético este verão por 126 milhões de euros.