A organização não-governamental Save the Children alertou esta quinta-feira que “morre uma criança por dia” na província síria de Idlib devido à ofensiva governamental contra o último reduto de “insurgência”.

“De 20 de dezembro de 2019 ao dia 7 de janeiro, 36 crianças em Idlib foram assassinadas, segundo dados do grupo Hurras, associado da Save the Children, incluindo nove crianças na primeira semana de 2020”, refere a organização não-governamental.

“Uma criança assassinada por dia não é aceitável”, frisa Sónia Khush, da direção da Save the Children para a Síria, ressalvando que os “números são provisórios” e que podem aumentar. O mesmo documento acrescenta que quase 300 mil pessoas foram obrigadas a abandonar os locais de residência, sendo que muitas zonas ficaram vazias.

“Milhares de famílias começaram o Ano Novo a tentar desesperadamente fugir da violência. Fogem sem destino e apenas com aquilo que conseguem levar e, para muitos, já não é a primeira vez que têm de escapar”, diz ainda o comunicado.

A Save the Children avisa que as baixas temperaturas e o clima húmido do inverno “fazem aumentar” as necessidades básicas das crianças e das famílias mais vulneráveis. “Centenas de pessoas dormem nas ruas de Idlib (noroeste da Síria) e não têm um lugar para onde ir depois de os bombardeamentos terem provocado a fuga em massa da população da cidade de Maarat Al Nauman e das zonas circundantes”, indica ainda o comunicado.

Maarat al Numan é o próximo objetivo das tropas sírias apoiadas pelas forças da Rússia no combate contra as “fações insurgentes” que se mantêm na cidade. Idlib – praticamente dominada pela Organização de Libertação do Levante, aliança islâmica que integra os antigos membros da Al Qaeda — é o principal objetivo militar de Damasco e Moscovo na campanha que começou no mês de abril de 2019.

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