O Presidente norte-americano, Donald Trump, aproveitou o primeiro comício eleitoral do ano, em Ohio, para se vangloriar do ataque aéreo de sexta-feira passada em Bagdade que matou o general iraniano Qassem Soleimani.

No regresso à campanha eleitoral, na quinta-feira à noite, Trump declarou que o ataque contra Soleimani foi feito em nome da “justiça americana” e minimizou os líderes democratas que o criticaram por não ter consultado previamente o Congresso.

Horas antes, a Câmara dos Representantes dos EUA, presidida pela democrata Nancy Pelosi, aprovara uma resolução para limitar o poder do Presidente de iniciar operações militares contra o Irão, uma medida que ainda terá de ser aprovada pelo Senado.

Câmara dos Representantes aprova resolução para tentar limitar autoridade militar de Trump

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ao discursar perante os apoiantes, o chefe de Estado não poupou as já habituais críticas a Pelosi e chamou o candidato às primárias Democratas Bernie Sanders, que também levantou objeções à forma como foi realizado o ataque contra Soleimani, de “Bernie maluco”.

A crise com o Irão, que ofuscou o iminente processo de destituição de Trump, também abriu uma nova frente na campanha presidencial do atual Presidente, que em 2016 prometeu acabar com o envolvimento norte-americano em “guerras intermináveis.”.

O vice-Presidente dos EUA, Mike Pence, que se juntou a Trump no comício, disse que o Presidente merecia crédito por ter eliminado um “terrorista perigoso” e ao mesmo tempo por ter conseguido evitar uma escalada do conflito.

Quando as vidas dos norte-americanos estavam ameaçadas pelo terrorista mais perigoso do mundo, o Presidente Donald Trump entrou em ação e Qasem Soleimani foi abatido”, disse Pence.

“Na sequência desse ataque, o Irão respondeu, mas graças ao profissionalismo dos nossos militares, não sofremos nenhuma baixa e o Irão parece estar a desistir. Isto é liderança“, declarou.

O Irão retaliou na madrugada de quarta-feira, lançando mísseis contra duas bases da coligação internacional anti-jihadista, liderada pelos Estados Unidos, em Ain al-Assad e Erbil, no Iraque.

A televisão estatal iraniana referiu que aquela operação militar foi designada “Mártir Soleimani” e que matou “pelo menos 80 militares norte-americanos”, mas Donald Trump negou a existência de baixas.

O que se sabe sobre o ataque do Irão às duas bases que abrigam tropas norte-americanas