Um estudo realizado pela Fundação Pasqual Maragall, que se especializa na investigação do Alzheimer, indica que a privação de sono pode provocar o desenvolvimento desta doença neurológica.

A falta de sono provoca modificações na estrutura de algumas zonas do cérebro e provocam danos neurológicos que se verificam muito antes dos primeiros sintomas. Tais danos “condicionam o funcionamento da memória e do rendimento”, segundo o estudo.

A investigação da fundação espanhola não é a primeira a sugerir um vínculo entre as insónias e o desenvolvimento daquela doença neurodegenerativa. Em 2018, uma equipa de investigadores suecos, registou um aumento da proteína TAU — um biomarcador do alzheimer — em indivíduos saudáveis que foram expostos a poucas horas de sono. Registou-se, igualmente, uma diminuição da substância cerebral, onde se localizam os cabos de ligação neurológica. “Sabemos que a falta desta substância pode ter efeito na cognição, mas não sabemos qual é o papel da inflamação”, referiu um especialista ao El País.

A comunidade científica sabe que, durante o sono, se ativam mecanismos que ajudam a limpar o metabolismo cerebral, o que reduz o nível de toxinas. As alterações de sono são particularmente comuns em pessoas com Síndrome de Down e, 70% das mesmas, desenvolvem Alzheimer a partir dos 60 anos, o que corrobora a forte correlação entre as insónias e a demência.

Os investigadores ressalvam, contudo, que apesar das  insónias constituírem um fator de risco não causam, só por si, a doença.

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