“É hora de trabalharmos todos juntos para unirmos todo o Reino Unido”, defendeu Boris Johnson, líder do executivo britânico, de forma a justificar a rejeição de um novo pedido de referendo sobre a independência da Escócia. Do ponto de vista de Downing Street, isso “manteria a região na estagnação política que a Escócia tem enfrentado na última década, com hospitais, escolas e empregos, novamente, postos de lado em nome de uma campanha para separar o Reino Unido”, concluiu Johnson numa carta enviada à chefe do governo autónomo, a nacionalista Nicola Sturgeon, e tornada pública esta terça-feira.

A lei prevê que a realização de referendos esteja dependente da autorização de Londres. E apesar de 62% dos escoceses terem votado pela permanência do Reino Unido na União Europeia, no referendo de Junho de 2016, não são esses os números a que Boris Johnson recorre para não transferir os poderes para a sua homóloga escocesa. “Há cinco anos, 55% dos eleitores votaram contra a independência.

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Nessa consulta pública, Sturgeon e o antecessor, Alex Salmond prometeram que o resultado seria uma oportunidade única no espaço de uma geração”, escreveu no Twitter o primeiro-ministro britânico, fechando assim por completo a porta a novas tentativas de independência.

Ainda não se conhece uma reação oficial da Escócia a esta decisão de Londres. No entanto, a 12 de Dezembro, no rescaldo da vitória eleitoral do Partido Nacionalista Escocês, Sturgeon, a líder do partido, argumentava que “a Escócia deixou muito claro que não quer que um governo conservador liderado por Boris Johnson nos tire da União Europeia”.

Nessas eleições, os nacionalistas conquistaram 48 dos 59 assentos eleitos na região. Números que, segundo eles, representavam um “mandato democrático” para um segundo referendo no final de 2020.