O grupo jihadista Estado Islâmico reivindicou esta terça-feira a responsabilidade pelo ataque a Chinégodar, Níger, que matou na semana passada 89 pessoas, segundo a agência norte-americana de monitorização de movimentos extremistas SITE, citando o ISWAP (Estado Islâmico na África Ocidental).

Conselho de Segurança da ONU condena “firmemente” ataque que matou 89 soldados no Níger

“Os soldados do califado atacaram uma base do exército do Níger na aldeia de Chinégodar na quinta-feira (9 de janeiro). (…) Os combates duraram várias horas”, disse a declaração do Estado Islâmico, dizendo que matou “100 elementos” do exército do Níger.

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O grupo extremista, que não especifica se registou baixas entre os seus combatentes, disse ter “destruído muitos veículos”, “queimado o quartel” e ter feito um “saque de veículos, armas e munições”.

“Os mujahidin voltaram então à sua posição”, conclui o texto do ISWAP.

No domingo, as autoridades nigerinas indicaram que 89 pessoas morreram no ataque de Chinégodar — acima das 25 vítimas iniciais — e falaram de 63 “terroristas neutralizados”, naquele que foi o ataque mais mortífero desde o reinício dos atentados, em 2015.

O atentado ocorreu um mês após o ataque em Inates, na mesma região de Tillabéri, na fronteira com o Mali, que vitimou 71 soldados e deixou o país traumatizado. Este ataque também foi reivindicado pelo Estado Islâmico.

O modus operandi dos dois ataques é o mesmo, com o uso de motocicletas e veículos que transportam combatentes armados e depois fogem para o Mali.

Na segunda-feira, o Presidente nigerino, Mahamadou Issoufou, demitiu o chefe de Estado-Maior do Exército e outros altos funcionários da instituição militar, antes de ir a Pau, no sudoeste da França, para uma cimeira dedicada à luta contra os grupos jihadistas, convocada pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

França e países do Sahel prometem reforço da cooperação militar contra “jihadistas”

Todo o Sahel — particularmente Mali, Níger e Burkina Faso — é alvo de ataques cada vez mais ousados de grupos islamistas radicais, apesar do reforço dos exércitos locais e da presença de 4.500 soldados franceses da força antiterrorista Barkhane.

De acordo com as Nações Unidas, os ataques jihadistas no Mali, Níger e Burkina resultaram em 4.000 mortes em 2019.