Depois de ter sido atingido por dois mísseis, o Boeing 737 da companhia aérea Ukrainian International Airlines ainda tentou voltar ao aeroporto de Teerão, de onde tinha descolado minutos antes, e só depois explodiu, tirando a vida aos 176 tripulantes a bordo. Um novo vídeo captado por uma câmara de vigilância naquele dia 8 de janeiro, e agora divulgado pelo The New York Times, mostra o avião a ser atingido por dois mísseis e, em chamas, a tentar regressar. Só depois explodiu.
No sábado, 11 de janeiro, o Irão admitia ter abatido o avião por engano quando antes tinha dado a certeza que o aparelho não tinha sido atingido por um míssil. Este vídeo mostra que os dois mísseis foram disparados com 30 segundos de diferença e que entre o primeiro embate e a explosão da avião passou mais de um minuto.
Este vídeo veio trazer novos pormenores sobre o ataque ao avião, depois de a divulgação de um primeiro que mostrava que o tinha sido atingido por um míssil, contrariando a versão inicial dos iranianos. Neste, as imagens captadas mostram uma pequena explosão após o avião ter sido atingido por um objeto. De acordo com o jornal norte-americano, a aeronave não terá caído imediatamente, continuando a voar durante alguns minutos enquanto tentava regressar ao aeroporto. Sabe-se agora que foi alvo de dois mísseis e que, em chamas, tentou regressar ao aeroporto até que acabou por explodir.
Investigação prossegue. Governo anuncia várias detenções
Segundo a CNN, depois do presidente iraniano Hassan Rouhani ter avisado que todos os responsáveis pelo ataque ao avião ucraniano iriam ser responsabilizados foram já feitas várias detenções — alguns jornais precisam que foram 30. O porta-voz do govero iraniano, Gholamhossein Esmaili, refere que foram feitas váriaas detenções, sem precisar quantas e qual o papel de cada um dos suspeitos no ataque que agora parece ter sido com dois mísseis. Entre as detenções, revela a CNN, estará a pessoa que filmou o vídeo do avião a ser atingido.
A partir do Teerão, Rouhani, o presidente, anunciou que seria criado um tribunal especial com dezenas de peritos para investigar o caso. “Este não é um caso normal e o mundo inteiro está a olhar para nós, disse. No seu discurso, Rohani culpou os EUA, que, segundo ele, “incendiaram o clima e tornaram a situação anormal”, mas reconheceu que isso não significa que as causas do incidente não devam ser apuradas.
Nas ruas são várias as manifestações contra o ataque ao avião que matou 176 pessoas.