A Suíça vota a 17 de maio sobre o fim do acordo com a União Europeia de livre circulação de pessoas, proposto pela direita populista, mas recusado pelo governo e, segundo as sondagens, pela maioria dos eleitores.

A data da consulta popular “Por uma imigração moderada” foi definida esta quarta-feira na reunião semanal do executivo.

A Suíça rege-se por um sistema de democracia semi-direta que permite que iniciativas populares sejam submetidas a referendo e, se aprovadas, inscritas na Constituição.

A iniciativa em causa pede que a Suíça passe a “regular de forma autónoma a imigração de estrangeiros” o que, a ser aprovado, determina a revogação do acordo de livre circulação de pessoas entre a Suíça e a UE. A Suíça tem múltiplos acordos bilaterais com a UE, mas mantém divergências claras em matéria de imigração desde 2014, quando os suíços votaram favoravelmente a introdução de quotas anuais de imigrantes.

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Os termos dessa iniciativa foram atenuados na legislação aprovada no parlamento helvético, em 2016, que estabelece em vez das quotas uma preferência nacional na contratação de trabalhadores e formalidades adicionais para as empresas sediadas no país que queiram contratar trabalhadores de países da UE.

A iniciativa que agora vai a votos, exige que o governo negoceie com Bruxelas o fim do acordo de livre circulação celebrado em 1999 no prazo de um ano ou, caso as negociações fracassem, denuncie o pacto unilateralmente.

A iniciativa partiu de elementos da maior força política do país, a União Democrática do Centro (UDC, direita populista), que tem suscitado frequentemente polémica com cartazes de teor xenófobo, e do grupo de pressão Ação por umas Suíça Independente e Neutral (ASIN).

O governo é contrário à iniciativa, argumentando que ela ameaça o emprego e que, devido a uma “cláusula de guilhotina”, a denúncia unilateral do acordo pode pôr em risco outros tratados concluídos com a UE, como Schengen e Dublin.

Uma sondagem online da empresa Tamedia, divulgada a 5 de janeiro, inquiriu 11.000 pessoas em todo o país e concluiu que 58% estão contra, 35% a favor e 7% não tem opinião formada sobre o assunto. O estudo tem uma margem de erro de dois pontos percentuais.