O líder do Governo de Unidade Nacional líbio (GNA), Fayez al-Sarraj, anunciou esta quinta-feira que participará na conferência internacional sobre a Líbia prevista para o domingo em Berlim, de acordo com o seu serviço de imprensa.

Nós estaremos em Berlim”, disse Sarraj numa reunião com os membros do seu Governo e outros oficiais e militares, segundo a mesma fonte.

O seu rival, o marechal Khalifa Haftar, o homem forte do leste da Líbia, ainda não confirmou a sua participação na reunião.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, chegou a Benghazi (leste da Síria) esta quinta-feira para se encontrar com Haftar.

Guterres pede “apoio firme” à conferência internacional de paz para a Líbia, em Berlim

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Segundo a ONU, a conferência de Berlim tem como objetivo terminar com as divisões internacionais e a interferência estrangeira na Líbia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu na quarta-feira “apoio firme” à conferência de paz da Líbia e exortou os intervenientes a confirmar a cessação das hostilidades, segundo um relatório ao Conselho de Segurança da ONU.

O GNA assinou um acordo de cessar-fogo em Moscovo na segunda-feira, por iniciativa da Rússia e da Turquia, mas o marechal Haftar ainda não o fez. Sarraj, citado em comunicado divulgado esta quinta-feira, disse que assinou o acordo porque o considerava “um primeiro passo para resolver a crise e alcançar a paz e a estabilidade” na Síria. Haftar “optou por não assinar o acordo e pediu um adiamento”, disse Sarraj, considerando “um atraso e uma tentativa de minar a conferência de Berlim antes que esta ocorra”, disse a fonte.

Um cessar-fogo que entrou em vigor no domingo ainda é relativamente bem respeitado, apesar de acusações mútuas de violações dos dois campos rivais.

Mergulhada no caos desde a queda do regime de Muammar Khadafi em 2011, a Líbia está dividida por um conflito entre o GNA e as forças do marechal Khalifa Haftar, que tenta, desde abril, tomar Trípoli.

O GNA é apoiado em particular pela Turquia, que recentemente autorizou o envio de soldados para o país, enquanto o marechal Haftar é apoiado entre outros pelo Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

Apesar de negar, suspeita-se que a Rússia também ajude Khalifa Haftar com armas, dinheiro e mercenários.