“PJ Harvey: A Dog Called Money”

O fotojornalista irlandês Seamus Murphy realiza este documentário como um caderno de notas visual, um conjunto de esboços e observações sobre as viagens que fez com PJ Harvey a países como o Afeganistão, Kosovo e EUA, onde a cantora e compositora foi em busca de informação, inspiração e elementos musicais para a gravação do seu álbum de 2016 “The Hope Six Demolition Project”, a cuja gravação em Londres assistimos também ao longo do filme. Polly Jean visita lugares, conhece pessoas, assiste a vários acontecimentos e experimenta instrumentos musicais de outras culturas, que mais tarde são assimilados nas canções do álbum. “PJ Harvey: A Dog Called Money” é um trabalho impressionista e episódico, que por isso mesmo nos deixa a querer mais, e mais detalhado.

“Alva”

Neste primeiro filme de longa-metragem de Ico Costa, passado no Portugal rural, um homem chamado Henrique (Henrique Bonacho) comete um horrível crime na vila onde vive e corre a refugiar-se na floresta, fugindo aos seus perseguidores. O realizador pretende então transmitir os vários estados de alma que assaltam Henrique enquanto está sozinho e em fuga no meio da natureza, mas nada disso passa para o espectador e também nada de dramático, surpreendente ou empolgante acontece ao protagonista. Ficamos com um filme que gasta o grosso do tempo a mostrar um sujeito a deambular por uma floresta, e depois a voltar à vila onde a vida parece decorrer como se não tivesse havido lá um crime e praticamente ninguém liga ao assassino. Um desperdício de hora e meia de vida.

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“Uma Vida Escondida”

Terrence Malick conta aqui a história de Franz Jägerstätter (August Diehl), um fazendeiro austríaco católico, que durante a II Guerra Mundial se recusou a fazer o juramento de lealdade a Hitler quando foi chamado pela segunda vez para o Exército, invocando objeção de consciência. Este ato valeu-lhe, e à família, serem ostracizados pela maior parte dos habitantes da sua aldeia, e um conflito com a sua igreja. Imperturbável perante qualquer tentativa, violenta ou institucional, para o fazer voltar atrás na sua decisão, nem sequer sob pena de não voltar a ver os pais, a mulher e as filhas,  Jägerstätter foi preso, julgado em tribunal militar e executado, em Agosto de 1943. Em 2007, foi considerado mártir da Igreja Católica pelo Papa Bento XVI e beatificado. “Uma Vida Escondida” foi escolhido como filme da semana pelo Observador e pode ler a crítica aqui.