Outubro de 2018, há 446 dias. Numa época que marcou a saída de Cristiano Ronaldo para a Juventus, o Real teve uma fase particularmente conturbada que começou com a aposta em Julen Lopetegui num processo que levou à saída do então selecionador espanhol na antecâmara do arranque do Mundial (extra problemas entre a Federação e o próprio clube) e um despedimento precoce que teve o interino Solari a fazer a ponte para o regresso do desejado Zinedine Zidane. De forma inevitável, o regresso do antigo treinador do FC Porto ao Santiago Bernabéu seria um dos grandes destaques do jogo entre os merengues e o Sevilha. Mas isso era tudo o que o próprio não queria.

Depois do Real, Lopetegui tem novo clube: os cinco passos de uma história que começou no Porto

“Os jogadores serão o centro das atenções, eles é que são os protagonistas no futebol. É normal haver algum protagonismo dos treinadores quando regressam mas quando o árbitro apitar as atenções viram-se para o jogo. Sou treinador do Sevilha a 100%. Quando começar o jogo, os aspetos emocionais passam para segundo plano. Sempre fui recebido com carinho no Bernabéu e não tenho qualquer problema, mas o que importa são os jogadores, não eu. Vamos jogar como fazemos sempre, tentando mostrar as nossas forças e esconder as fraquezas. Temos consciência do adversário que temos pela frente mas nada nos tira a ambição de sermos protagonistas”, disse.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Real Madrid chegava da Arábia Saudita com direito a pasillo do adversário depois da conquista da Supertaça, após triunfos com Valencia e Atl. Madrid, mas regressava à realidade confusa de uma Liga onde os primeiros da classificação vão perdendo pontos atrás de pontos e aqueles que aspiram sobretudo ao quarto lugar como o Sevilha aparecem com diferenças pontuais mais reduzidas, neste caso apenas de cinco pontos. No final, ganharam os merengues por 2-1 mas o jogo esteve longe de ser tranquilo e terminou com um herói improvável.

Jesus trocou-lhe as voltas, Pinto da Costa queixava-se que deixava o Ferrari na garagem. Agora, vai a acelerar para o Real

Depois de uma primeira parte equilibrada, Julen Lopetegui não aguentou os nervos e protestou de uma forma veemente com os árbitros a caminho do túnel de acesso aos balneários, gritando “És uma vergonha” num episódio muito comentado pela imprensa espanhola. Razão? Um golo anulado pelo VAR a De Jong na sequência de um canto e que teve dois protagonistas que na época passada jogavam em Portugal: Martínez Munuera considerou que o bloqueio feito pelo antigo médio do Sporting Gudelj sobre o ex-central do FC Porto Éder Militão foi em falta, invalidando assim o golo inaugural do avançado já perto da meia hora no Santiago Bernabéu.

No segundo tempo, brilhou Casemiro. Ao longo da semana muito se foi falando sobre as benesses que Zidane teve e Lopetegui pediu sem sucesso, como a contratação de um lateral esquerdo (como chegou Mendy), além da melhoria de rendimento de elementos como Benzema, Courtois ou Fede Valverde. No entanto, foi o médio brasileiro que o técnico espanhol chegou a sentar no banco para lançar o jovem Marcos Llorente (hoje no Atl. Madrid) que bisou, primeiro após uma assistência de calcanhar de Jovic e depois como se fosse um avançado na sequência de um cruzamento de Carvajal, de nada valendo o golo de de Jong pelo meio pelo Sevilha.