O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, advertiu os membros do novo Governo que não vai aceitar “desculpas” em caso de falhanço, apelando aos ministros para se focarem nos resultados que permitam a melhoria da vida do povo.

“Doravante, não poderá existir a desculpa de que sou novo ou nova na função, pois as instituições que passam a dirigir sempre existiram e possuem instrumentos que delimitam as suas atribuições e competências”, afirmou Filipe Nyusi, falando após empossar os novos membros do executivo este sábado.

O chefe de Estado moçambicano assegurou que optou por um elenco pragmático, visando o alcance de resultados com impacto na melhoria das condições de vida da população moçambicana. “Os mais de 28 milhões de moçambicanos ouviram o vosso termo de juramento e vão cobrar os resultados, não temos tempo, a partir de agora, vamos trabalhar”, exortou Filipe Nyusi.

Os dirigentes empossados devem pautar-se pela integridade, lealdade, ética governativa e intolerância à corrupção, um mal que fragiliza as instituições do Estado moçambicano, assinalou Nyusi. No seu discurso, o chefe de Estado moçambicano concentrou-se depois em alguns dos ministérios mais importantes do executivo, apontando o que considera serem os principais objetivos.

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Segundo Filipe Nyusi, o Ministério da Economia e Finanças deve apostar na consolidação orçamental, assegurando o aumento dos recursos do Estado e o rigor nos gastos. “Toda a atividade económica vai ter como denominador comum a criação de oportunidades de emprego, sobretudo, para a juventude, tendo em vista a melhoria das condições de vida do nosso povo”, sublinhou.

Do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nyusi disse esperar uma maior dinâmica na diplomacia económica e a revitalização da rede diplomática moçambicana no estrangeiro. Os ministérios da Defesa e do Interior terão de se concentrar na defesa da paz, tranquilidade e ordem pública, tendo em conta os focos de instabilidade nas regiões Centro e Norte do país. O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural vai ter como aposta o alcance da “fome zero”, através de ações que assegurem o aumento da produção e produtividade.

Na cerimónia que decorreu no Palácio da Ponta Vermelha, a residência oficial do chefe de Estado moçambicano, tomaram posse o primeiro-ministro e 16 dos 17 ministros nomeados na sexta-feira, estando ausente Eldevina Material, nomeada ministra da Cultura e Turismo.

A Presidência da República ainda não esclareceu se a formação do novo elenco governamental está fechada e se serão extintos ou criados novos ministérios. O executivo que entrou hoje em funções resulta das eleições gerais de 15 de outubro do ano passado, nas quais Filipe Nyusi venceu as presidenciais e o seu partido, Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), ganhou as legislativas e provinciais.