Um homem com o rosto ensanguentado e deitado no chão e um agente da polícia de intervenção debruçado sobre ele e a agredi-lo com socos. O momento foi transmitido em direto no Facebook durante os protestos dos coletes amarelos no sábado em Paris naquele que é o 62º fim de semana marcado por manifestações. Quando se tornaram virais, um tribunal da capital francesa abriu uma investigação à atuação das autoridades.

De acordo com o Le Parisien, que reconstituiu a história da agressão a partir das imagens publicadas naquele dia, o jovem ensanguentado que surge no vídeo tinha sido detido por atacar um polícia. Depois de ter sido encostado à montra de uma loja que estava fechada, outro agente aproximou-se do homem e deu-lhe pelo menos dois socos na cabeça.

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Depois disso, o manifestante foi algemado e colocado de bruços, mas as agressões não terminaram. O agente “pressionou com força” o braço do homem, que entretanto tinha começado a gritar de dores. Entretanto, o homem foi acudido pelos “médicos de rua” — grupos de voluntários com formação em prestação de cuidados médicos que entram em manifestações para ajudar quem ficar ferido em eventuais confrontos.

A vítima, cuja identidade não é conhecida, tinha sido detido porque saltou para as costas de um agente enquanto este tentava imobilizar outro manifestante. Apercebendo-se da situação, seis membros da brigada CSI-75 pegaram no rapaz e atiraram-no ao chão. O sangue que surge no vídeo publicado no Facebook é resultado desse momento, quando a cabeça do jovem bate no chão e começa a sangrar.

Questionado sobre porque é que, tendo em conta que o jovem já estava fragilizado por outro incidente que havia acontecido por momentos antes, outro agente insistiu em desferir socos no rosto do manifestante, Stanislas Gaudon, representante do sindicato Alliance dos polícias, argumentou que o homem “começou a cuspir sangue” para o rosto do polícia, que respondeu “com gestos”.