O futuro diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Armindo Fernandes, defendeu esta terça-feira o alargamento da organização a outros países que não falam o português.

“Os países têm estado a procurar a CPLP, associam-se e estabelecem acordos com a organização. Esses acordos têm muito a ver com a promoção e difusão da língua portuguesa e está-se justamente a estudar a possibilidade de alargar a cooperação com os membros observadores a outros níveis”, disse Armindo Fernandes, à saída de uma audiência com o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus.

“O alargamento não é um fim em si próprio, mas nós temos de saber tirar vantagens desse alargamento. Não tem sentido a CPLP dizer hoje que tem 20 ou 25 membros observadores associados se não resulta desse alargamento um aprofundamento da cooperação com esses países”, justificou.

Armindo Fernandes considera o crescimento da organização, sobretudo a sua afirmação no plano internacional, como “caso único”.

“É uma organização com nove membros, tem o dobro, ou seja, um total de 19 observadores associados e na próxima conferência dos chefes de Estado e de Governo que terá lugar em Luanda, Angola, em julho, esse número pode crescer para 24 ou 25 observadores, não deve haver outra no mundo com essas caraterísticas”, explicou Armindo Fernandes.

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O diplomata disse hoje que a sua prioridade na direção-geral da organização será de “trabalhar para torná-la ainda maior”.

“O nosso objetivo é poder contribuir para que ela se torne ainda maior, que ela se aproxime cada vez mais aos nossos países e aos nossos povos e contribuir para os objetivos que levaram à sua própria criação”, disse o futuro diretor-geral da CPLP.

A CPLP completa este ano 24 anos de existência. Segundo Armindo Fernandes, a organização ganhou uma “presença a nível internacional muito grande e está cada vez mais próxima” dos países-membros e dos povos.

Armindo Fernandes, antigo embaixador de São Tomé e Príncipe em Bruxelas, assume as funções de diretor-geral da CPLP em 10 de fevereiro, para um mandato de três anos, e agradeceu hoje a Jorge Bom Jesus “o apoio do Governo” à sua candidatura.

“Conseguimos uma proeza que foi a minha seleção para o exercício desse cargo que eu acredito seja prestigiante para mim e extremamente honroso para o nosso país”, explicou o diplomata.

Armindo Fernandes candidatou-se em nome do seu país para o cargo de diretor-geral da CPLP e lamentou que São Tomé e Príncipe esteja com a sua contribuição para a organização atrasada há três anos.

“Tive a oportunidade de analisar com o sr. primeiro-ministro a nossa situação relativa às contribuições, o nosso país regista um atraso no pagamento das contribuições, com dívidas que vêm de 2017, 2018, 2019 e 2020, mas tive do chefe do Governo a garantia e o empenho total e tenho a certeza que ele irá fazer tudo para minimizar esta situação”, sublinhou.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.