Mais de 38 mil pessoas fugiram das suas casas no noroeste da Síria em cinco dias, anunciou esta sexta-feira a ONU, referindo-se a uma zona que será visada por ataques aéreos quase diários do regime e do seu aliado russo.

Nos últimos dias, a aviação russa e a do regime de Bashar al-Assad concentraram os bombardeamentos no oeste da província de Alepo, numa área ocupada por ‘jihadistas’ e rebeldes, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

As Nações Unidas estão “profundamente preocupadas” com o aumento de deslocados no noroeste sírio, “informações quase quotidianas dão conta de ataques aéreos e de tiros de artilharia no setor”, disse à agência France Presse David Swanson, um porta-voz do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA). “Entre 15 e 19 de janeiro, partiram mais de 38 mil deslocados, principalmente do oeste de Alepo” para outros territórios da província ou da vizinha Idlib, precisou num comunicado.

A província de Idlib e certas zonas das regiões vizinhas de Alepo, Hama e Latákia, são dominadas pelos ‘jihadistas’ do Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-ramo sírio da Al-Qaida), contando ainda com grupos rebeldes. Desde o início de dezembro, registaram-se 358 mil deslocados no noroeste sírio, na grande maioria mulheres e crianças, segundo a ONU.

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A nível diplomático, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, anunciou esta sexta-feira que visitará Damasco no próximo dia 29 para se reunir com Assad.

Numa reunião com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, Pedersen sublinhou a importância do trabalho do Comité Constitucional sírio que “se tornou a primeira plataforma onde os representantes dos beligerantes se reuniram na mesma mesa”.

O comité começou a trabalhar em Genebra a 30 de outubro e a próxima reunião ainda não tem data. Desencadeada em 2011 a guerra na Síria já causou mais de 380 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados.