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A diferença entre ter uma Oliveira e ter uma Horta inteira (a crónica da final da Taça da Liga)

Este artigo tem mais de 4 anos

O Sp. Braga foi sempre mais equipa, foi sempre mais compacto e construiu sempre mais. No final, venceu o FC Porto com um golo de Ricardo Horta e conquistou a Taça da Liga pela segunda vez (1-0).

O avançado português já tinha marcado ao Sporting na meia-final
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O avançado português já tinha marcado ao Sporting na meia-final

AFP via Getty Images

O avançado português já tinha marcado ao Sporting na meia-final

AFP via Getty Images

A Taça da Liga é uma espécie de parente pobre do futebol português. À 13.ª edição, ao 13.º ano consecutivo em que se disputa a competição, uma competição que tem ou teve versões homólogas em todas as principais ligas europeias, a Taça da Liga continua a ser olhada com displicência. Os últimos anos, porém, trouxeram uma final four que ofereceu algum glamour às habituais meias-finais e final, um Municipal de Braga que garante uma atmosfera digna de troféu importante e duas vitórias asseguradas nas grandes penalidades, ambas pelo Sporting, que foram responsáveis pela emoção e incerteza que tantas vezes escasseou na terceira competição interna.

Além do glamour, da atmosfera e da emoção, os últimos anos de Taça da Liga têm sido também a descoberta, por parte das principais equipas portuguesas, de que a competição pode muito bem ser uma espécie de silver lining em temporadas que correm menos bem. Na final desta época, Sp. Braga e FC Porto encontravam-se precisamente com esse pensamento subjacente mas com um outro: mais do que salvar uma temporada, as duas equipas procuravam alavancar a segunda metade de uma temporada.

Ficha de jogo

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Sp. Braga-FC Porto, 1-0

Final da Taça da Liga

Estádio Municipal de Braga, em Braga

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora)

Sp. Braga: Matheus, Tormena (Wallace, 56′), Bruno Viana, Raúl Silva, Esgaio, Palhinha (João Novais, 90′), Fransérgio, Sequeira, Galeno (Trincão, 50′), Paulinho, Ricardo Horta

Suplentes não utilizados: Tiago Sá, Diogo Viana, Wilson Eduardo, Rui Fonte

Treinador: Rúben Amorim

FC Porto: Diogo Costa, Corona, Mbemba, Marcano, Alex Telles, Sérgio Oliveira (Romário Baró, 72′), Danilo (Uribe, 74′), Otávio, Marega (Manafá, 78′), Soares, Luis Díaz

Suplentes não utilizados: Marchesín, Diogo Leite, Vítor Ferreira, Aboubakar

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Ricardo Horta (90+5′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Sérgio Oliveira (19′), a Otávio (30′), a João Palhinha (64′), Raúl Silva (68′), a Corona (73′), a Romário Baró (80′), a Bruno Viana (80′)

Se os minhotos têm estado bem na Liga Europa mas a prestação nas competições internas motivou a saída de Ricardo Sá Pinto e a subida de Rúben Amorim à equipa principal, os dragões estão a sete pontos da liderança e do Benfica e precisam de uma segunda volta perfeita e alguns deslizes dos encarnados para ainda sonhar com a reconquista do Campeonato. Assim, o Sp. Braga procurava arrancar com um título um ano de 2020 em que o principal objetivo interno já está restrito aos lugares de acesso às competições europeias e o FC Porto queria garantir desde já uma plataforma de aceleração para uns meses que terão de ser obrigatoriamente menos irregulares.

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Sp. Braga e FC Porto, finalistas da Taça da Liga de 2012/13 (na altura, os minhotos de José Peseiro ganharam com um golo de Alan), voltavam então a encontrar-se este sábado no Municipal de Braga. A equipa de Rúben Amorim, que ainda não conhecia outro resultado que não a vitória com o novo treinador, procurava assim a segunda conquista da competição, enquanto que os dragões perseguiam ainda a primeira Taça da Liga, o único troféu nacional que ainda não mora no museu do clube. Tudo isto apenas uma semana e um dia depois de, a contar para a Primeira Liga, o Sp. Braga ter ido ao Dragão agarrar uma exibição consistente e uma vitória perante um FC Porto algo abaixo dos níveis exigidos por Sérgio Conceição.

Se, de um lado, o treinador dos dragões voltava a contar com Danilo, que falhou o jogo com o V. Guimarães por lesão e nem sequer integrou a ficha da equipa, Rúben Amorim tinha João Palhinha de regresso, já que o médio não atuou contra o Sporting por estar cedido aos minhotos pelos leões. Essa era, desde logo, a única alteração no Sp. Braga face à meia-final: entrava Palhinha no meio-campo, saía João Novais, enquanto que Trincão voltava a ser suplente face à titularidade de Galeno. A equipa de Amorim começou o jogo precisamente como havia feito contra o Sporting — os primeiros 15 minutos da final podiam ter sido tirados a papel químico do jogo de terça-feira com os leões. Com uma fase inicial de pressão muito elevada e intensa, o Sp. Braga apresentava-se com uma linha recuada de cinco que desmontava em três quando a equipa tinha a bola, com Esgaio e Sequeira a ocuparem os dois corredores e Palhinha e Fransérgio a povoarem a zona central da espaço intermédio.

Mais à frente, Ricardo Horta e Galeno procuravam os espaços mais interiores, precisamente para abrir as alas a Esgaio e Sequeira, e Paulinho ia aparecendo sempre muito móvel na zona central. Nesse primeiro quarto de hora em que foi totalmente superior ao FC Porto, muito graças a essa rápida e eficaz reação à perda de bola, o Sp. Braga acabou por ficar perto de inaugurar o marcador em duas ocasiões, primeiro com um remate à trave de Ricardo Horta (5′) e depois com Alex Telles a evitar que o remate do mesmo Horta chegasse à baliza de Diogo Costa (13′). Os dragões iam mostrando algumas dificuldades na hora de levar a bola do setor mais recuado para o mais adiantado: o jogo da equipa de Sérgio Conceição era sempre algo lateral e pouco incisivo, com os passes verticais a escassearem e Otávio a ter pouco espaço para fazer a diferença e solicitar Díaz, Marega ou Soares.

A partida ficou mais equilibrada para lá do primeiro quarto de hora e principalmente depois da primeira oportunidade de golo do FC Porto, quando Luis Díaz surgiu na esquerda a rematar por cima (17′). O colombiano, sempre apoiado pela mobilidade de Otávio nas costas, foi a par do brasileiro e de Alex Telles o principal inconformado dos dragões, procurando sempre desmarcações e solicitações que chegassem nas costas da defesa minhota. Apesar de um ascendente que se foi revelando à medida que a primeira parte se aproximou do intervalo, existia sempre a ideia de que a linha média do FC Porto estava demasiado afastada da mais avançada — Sérgio Oliveira e Danilo, responsáveis pela ligação da equipa, estavam demasiado recuados e deixavam o conjunto partido, nunca aparecendo em zonas de eventuais segundas bolas ou apoio ao jogo pelas laterais. A melhor ocasião que os dragões tiveram para marcar apareceu já perto do minuto 40, com Soares a acertar em cheio na trave na recarga a uma primeira defesa de Matheus a remate de Corona (38′), mas a final da Taça da Liga foi mesmo para o intervalo sem golos.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos da final da Taça da Liga:]

Na segunda parte, com apenas cinco minutos cumpridos, Rúben Amorim decidiu trocar Galeno — que esteve manifestamente abaixo do nível que mostrou contra o Sporting — por Trincão e injetou frescura e rebeldia no jogo, para além de que Bruno Viana avançou no terreno e deixou apenas Tormena e Raúl Silva no eixo defensivo. Do outro lado, o FC Porto mostrava-se mais compacto defensivamente e parecia procurar colmatar os erros e a passividade do setor mais recuado que acabou por abrir a porta a várias oportunidades do Sp. Braga na primeira parte.

A equipa minhota perdeu Tormena durante os primeiros dez minutos do segundo tempo, com o defesa a sofrer uma lesão muscular e a ser substituído por Wallace, e o jogo caiu em ritmo e intensidade face àquilo que tinha sido a primeira parte. O FC Porto entrou ligeiramente melhor, com as linhas mais subidas e a trocar a bola sempre mais perto da baliza de Matheus, mas a organização defensiva do Sp. Braga ia impedindo que a posse dos dragões se convertesse em oportunidades dignas desse nome.

O jogo tornou-se progressivamente incaracterístico, com as dinâmicas a partirem e os espaços aparecerem na zonas mais interiores — ainda assim, o FC Porto ia resguardando algum ascendente e algum controlo no meio-campo, o que levou também Sérgio Conceição a renovar toda a linha intermédia no espaço de dois minutos, tirando Sérgio Oliveira e Danilo para lançar Romário Baró e Uribe. O capitão dos dragões, que recuperou a tempo de contribuir na final, não comprometeu mas esteve bem abaixo do nível a que habituou a equipa e os colegas: assim como, aliás, já tinha demonstrado antes de se lesionar.

Com o tempo regulamentar esgotado, sem golos e com uma quase ausência de oportunidades na segunda parte (Raúl Silva ainda acertou na trave já nos descontos), o Municipal de Braga já estava conformado com o cenário da decisão nas grandes penalidades. Mas ao quinto minuto de descontos, de forma fria como já tinha acontecido com o Sporting, o Sp. Braga marcou o único golo do jogo e carimbou a vitória e a conquista da Taça da Liga: Fransérgio rematou, a bola saiu prensada na defesa do FC Porto e sobrou para Ricardo Horta, que nas costas dos centrais rematou à saída de Diogo Costa (90+5′). O lance ainda foi revisto pelo VAR, devido à posição do avançado português, mas acabou validado.

O Sp. Braga chega à segunda vitória do próprio palmarés na Taça da Liga e Rúben Amorim mantém-se 100% vitorioso no comando dos minhotos, cimentando um caminho e um projeto que conta desde já com um troféu que serve de alavanca para o que resta da temporada. Já o FC Porto, que volta a cair na final, falha novamente a conquista da competição e falha também um dos objetivos capitais da temporada, numa derrota que confirma o mau momento da equipa de Sérgio Conceição e que engrossa as embrionárias críticas e pedidos de mudança que já se ouviam no Dragão.

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