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Meu Deus como é bom negociar no modesto primeiro andar (à direita do leitão)

Este artigo tem mais de 4 anos

Negociações fazem-se em salas que os candidatos têm no primeiro andar. É só subir a escada, mesmo à direita da "barraquinha" dos leitões. Candidaturas não arriscam resultado, mas estão confiantes

Nuno Melo à conversa com Rodrigues dos Santos, revela que não faz parte de futuras direções apenas porque não quer. Ou seja: recebeu convites.
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Nuno Melo à conversa com Rodrigues dos Santos, revela que não faz parte de futuras direções apenas porque não quer. Ou seja: recebeu convites.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Nuno Melo à conversa com Rodrigues dos Santos, revela que não faz parte de futuras direções apenas porque não quer. Ou seja: recebeu convites.

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

É um objeto político em vias de extinção: um congresso eletivo. Mas em Aveiro, a “capital do CDS”, a política faz-se à antiga: contactos de última hora, reuniões da comissão organizadora, procuram-se conquistar novos apoios e investe-se no aplaudómetro na sala principal. Para organizar a estratégia, cada candidato dispõe durante o congresso de uma sala no primeiro piso logo à entrada do pavilhão. Não tem nada que enganar: é subir pelas escadas, à direita da “barraquinha” das sandes de leitão. A fação do leitão já ganhava, antes das cinco da tarde, por 500 delegados, seguida de perto pela banca dos ovos moles, mesmo em frente. E a política? Numa tarde, dos cinco candidatos à liderança, dois saíram da corrida — o que teoricamente favorece Rodrigues dos Santos.

A "barraquinha" das sandes de leitão

No piso superior alinharam-se estratégias, literalmente no vão de escada — onde o candidato Francisco Rodrigues dos Santos esteve alguns minutos reunido com alguns dos seus apoiantes e com o seu braço-direito, Francisco Laplaine Guimarães. Durante a tarde, ao mesmo tempo que o líder da JP descia a escada — para ir para uma das dezenas de entrevistas — Nuno Magalhães saía de uma sala que uma folha A4 denuncia a quem pertencia: “Sala João Almeida”. Nuno Melo também ali andava, também ele se deteve alguns minutos a falar com Francisco Rodrigues dos Santos. A conversa? Melo confessou mais tarde que não ia integrar nenhuma direção independentemente de quem ganhasse e que não era por falta de convite, mas por opção.

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No piso superior, alinham-se estratégias, literalmente, no vão de escada onde o candidato Francisco Rodrigues dos Santos esteve alguns minutos reunido com alguns dos seus apoiantes e com o seu braço-direito

Nuno Melo fazia parte de um grupo (na moção Direita Autêntica) que, a conta-gotas, num timing estratégico, foi ao palco declarar apoio a João Almeida: primeiro Telmo Correia, depois Hélder Amaral e, por fim, Nuno Melo. Para o eurodeputado é uma vantagem que o líder esteja no Parlamento e dos candidatos só há um deputado: João Almeida. Mas também não aceitou continuar a ser vice-presidente do partido (como foi de Assunção Cristas). Os últimos detalhes deste grupo foram ontem afinados ao jantar no restaurante Maré Cheia, em Aveiro.

Nuno Melo à conversa com Francisco Rodrigues dos Santos nos corredores. JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Na balança dos notáveis, João Almeida saiu destacado na frente durante a tarde: António Pires de Lima, do alto da autoridade de histórico, criticou violentamente Francisco Rodrigues dos Santos. Aqueceu um pavilhão frio em Aveiro — e acabou entre apupos e aplausos.

Nos bastidores das candidaturas houve toda a tarde a expectativa de que Carlos Meira e Abel Matos Santos não levariam as moções até ao fim. Pelo meio houve conversações e houve negociações. Abel Matos Santos acabou, realmente, por abdicar a favor de Rodrigues dos Santos, justificando que o partido precisava de “esperança, renovação, vida, alegria”. Carlos Meira também desistiu, mas não disse claramente que abdicava a favor de ‘Chicão’.

Minutos depois, à Rádio Observador, Carlos Meira dizia que ainda não desistiu de uma tarefa que começou num almoço no restaurante Camelo, em Viana do Castelo: “Unir Filipe Lobo d’Ávila e Francisco Rodrigues dos Santos”. Garantiu ainda que “não se vende por lugares ou votos” e que continua “livre”.

A meio da tarde, um apoiante de Francisco Rodrigues dos Santos garantia que o líder da Juventude Popular já tinha mais de 40% dos delegados, enquanto um apoiante de João Almeida dizia que — com todos os apoios revelados e com o apoio do status quo do partido — o deputado ia na frente. Dos dois lados há incerteza. Ninguém sabe como vai acabar e a perceção é de que a luta está renhida.

Uma das salas fortes dos candidatos -- esta a de Carlos Meira.

João Almeida, concordam apoiantes das duas candidaturas, fez um bom discurso e eficaz. Francisco Rodrigues dos Santos, concordam os apoiantes das duas candidaturas, fez um discurso empolgante e galvanizador. “Não eram só jotinhas, havia malta de muitas gerações, muitos cabelos grisalhos de pé, a aplaudi-lo”. Os dois (Rodrigues dos Santos e João Almeida) prosseguiram otimistas pelos corredores e foram cumprimentando os militantes. Todos os votos contam.

Pelo meio, Filipe Lobo d’Ávila tenta dificultar a tarefa a ambos. Conta, desde logo, com Altino Bessa, que é importante para conquistar votos no distrito de Braga. Mesmo que em Braga João Almeida tenha dois importantes apoios: Nuno Melo e Telmo Correia. Outro dos apoios importantes de Lobo d’Ávila é do membro da comissão política distrital de Lisboa, José Seabra Duque. Lobo d’Ávila revelou ainda no palanque que, durante a tarde, recebeu convites para integrar direções, mas que não se vende por lugares. E que, por isso, vai a votos. Do lado da candidatura de Francisco Rodrigues dos Santos apelava-se aos apoiantes de Lobo d’Ávila que optem pelo “voto útil” no líder da Juventude Popular para evitar a “continuidade”.

As contas para saber quem ganha são mais difíceis do que as da “barraquinha” do leitão, onde às 17h00 já tinham sido vendidas 500 sanduíches. A uma sandes por pessoa dá quase metade dos delegados.

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