Nove jogos, oito vitórias, um empate. A final do Campeonato da Europa trouxe a confirmação de uma Espanha que estava apostada em revalidar o título ganho há dois anos e a surpresa de uma Croácia que não falhou nas meias como tinha acontecido em 2012 e 2016, depois de ter perdido duas finais consecutivas em 2008 e 2010. E entre a constelação de estrelas conhecidas de quem acompanha a competitiva Liga dos Campeões em andebol estava uma cara conhecida do andebol português: o gigante guarda-redes Matej Asanin.

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Apesar de ter apenas 26 anos, o croata que passou por RK Split, RK Zagreb e RK Varazdin teve a primeira aventura fora do país em Espanha, ainda com 18 anos, quando jogou dois anos no Ademar León. Muito do que Asanin é hoje traz dessa experiência inaugural fora da Croácia, a que se seguiu mais duas épocas na Alemanha pelo Balingen Weislstetten. Em 2016, até de forma surpreendente pelo currículo na altura, foi uma das grandes apostas leoninas para quebrar o jejum de títulos, ganhando dois Campeonatos com uma lesão grave no joelho pelo meio que levou a que, no início do ano passado, anunciasse a rescisão por mútuo acordo com o Sporting. Acabou a temporada nos germânicos do Ludwigshafen-Friesenheim, voltou ao RK Zagreb e regressou ao melhor plano.

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Asanin começou e acabou o Mundial como suplente de Marin Sego (companheiro de equipa do português Gilberto Duarte) mas teve um papel determinante na qualificação da Croácia para o encontro decisivo, travando dois livres de sete metros da Noruega no triunfo por 29-28 na primeira meia-final do Europeu para gáudio de Kolinda Grabar-Kitarović, a já mediática presidente do país que nunca falha nenhuma decisão desportiva das seleções de diferentes modalidades como aconteceu no Mundial de futebol ou na Taça Davis de ténis. Nem isso “ajudou” para quebrar a espinha na garganta da organização do Europeu de 2018 onde a equipa não foi além do quinto lugar.

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Depois de ter ganho o Campeonato da Europa pela primeira vez na Croácia, quando já levava quatro finais perdidas (1996, 1998, 2006 e 2016) e duas medalhas de bronze (2000 e 2014), a Espanha revalidou este domingo o título na final disputada em Estocolmo, vencendo por 22-20 um encontro disputado até ao final.

Depois de uma primeira parte muito equilibrada e que terminou com os espanhóis na frente por um golo (12-11), o segundo tempo ainda deu à Roja vantagens de três golos (com Gonzalo Perez de Vargas a ser gigante na baliza, com uma percentagem final de eficácia de 42%) que foram sendo recuperadas pelos croatas com o passar dos minutos, a ponto de passarem mesmo para a frente já nas derradeiras gigantes. No entanto, um livre de sete metros de Aleix Gomez e um grande golo de primeira linha de Alex Dujshebaev terminaram de vez com o sonho dos balcânicos e de Duvnjak, que voltou a ser um dos melhores em campo (e melhor marcador com cinco golos).

Terminou assim um Campeonato da Europa que ficará para sempre na história do andebol português por ter conseguido o melhor resultado com um sexto lugar (com quatro vitórias nesta fase final, outro recorde), superando o sétimo do Europeu de 2000. Mas as grandes emoções da modalidade não demorarão a voltar, com o torneio de qualificação olímpica em França entre 17 e 19 de abril com os gauleses, a Croácia e uma formação africana que ainda está por apurar. Os dois primeiros classificados do grupo marcarão presença nos Jogos de 2020.