O Parlamento Europeu aprovou na quarta-feira, em Bruxelas, o Acordo de Saída do Reino Unido da União Europeia, a última formalidade que faltava para que o Brexit se concretize na próxima sexta-feira, 31 de janeiro. Um dia depois, também o Conselho adotou, em nome da União Europeia, a decisão relativa ao Acordo de Saída do Reino Unido.

Numa votação em que bastava uma maioria simples dos votos expressos, o Parlamento Europeu “carimbou” a saída do Reino Unido da UE com 621 votos a favor, 49 contra e 13 abstenções.

Imediatamente a seguir ao anúncio do resultado, grande parte dos eurodeputados que compõem o hemiciclo deram as mãos e começaram a cantar “Auld Lang Syne”, uma canção tradicional baseada num poema de Robert Burns, que fala da importância de não esquecer velhos amigos, em homenagem aos deputados britânicos que deixam oficialmente o Parlamento Europeu a partir de sexta-feira.

Três anos e meio depois de o Brexit ter sido decidido num referendo por 52% dos eleitores, em junho de 2016, o processo, marcado por sucessivas rejeições do Acordo de Saída pelo parlamento britânico, que finalmente deu o seu aval após a clara vitória do conservador Boris Johnson nas eleições de dezembro passado, chega então ao fim, com a saída do Reino Unido do bloco europeu a concretizar-se na próxima sexta-feira, às 23h de Londres (mesma hora em Lisboa, 0h de 1 de fevereiro em Bruxelas).

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O Acordo de Saída garante uma saída ordenada do Reino Unido da União e abrange os direitos dos cidadãos, o acerto financeiro, o período de transição, os protocolos sobre a Irlanda/Irlanda do Norte, Chipre e Gibraltar, a governação e outras questões relativas à separação.

No sábado, 1 de fevereiro, iniciar-se-á o chamado “período de transição”, até 31 de dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura, já que nesse dia o Reino Unido tornar-se um “país terceiro” para a UE, depois de protagonizar aquele que é o primeiro abandono da história da União Europeia, que passa a contar com 27 Estados-membros.

*Atualizado na quinta-feira, dia 30, com a decisão do Conselho da União Europeia.