“A construção de Bruno Fernandes: conseguirá ele aguentar a pressão no Manchester United e transformar o seu talento em sucesso? Os seus números são impressionantes, como pode traduzir isso na Premier League – mais competitiva, mais rápida e mais agressiva – continua por ver”, escrevia esta quarta-feira o The Telegraph, numa primeira perspetiva ao que poderá ser o antigo médio do Sporting em Old Trafford. Por muito que Ole Gunnar Solskjaer tentasse recordar algumas das melhores exibições dos red devils desde que assumiu o comando, como o triunfo no ano passado com o PSG, o foco estava no internacional português. Todos tinham razão.

Guardiola quis ir para as Maldivas mas foi Bernardo quem lhe deu o paraíso: City vence United com golo e assistência do português

Bruno Fernandes aterrou quando o United jogava a segunda parte frente ao City e, ao contrário do que se esperava, estava a disputar realmente a eliminatória: depois de ter perdido o primeiro jogo em Old Trafford por 3-1, e após um início diabólico do City que viu De Gea tirar três vezes o golo ao conjunto de Pep Guardiola nos primeiros 15 minutos, a formação do norueguês começou a equilibrar o encontro mesmo sem posse, ganhou verticalidade e chegou à vantagem num lance de bola parada (livre lateral) com Matic a aproveitar um corte incompleto da defesa contrária para rematar colocado e sem hipóteses para Cláudio Bravo (35′).

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na segunda parte, com o City a falhar oportunidades atrás de oportunidades (e com Guardiola a não conseguir já disfarçar os nervos nesses sucessivos lances não concretizados), o United foi mantendo a eliminatória em aberto até mesmo com menos uma unidade em campo por acumulação de amarelos de Matic (76′), viu Agüero marcar num lance bem invalidado mas não chegou para inverter a derrota caseira, num triunfo pela margem mínima que colocou a formação do português Bernardo Silva na final da Taça da Liga, frente ao Aston Villa.

Isqueiros, garrafas, empurrões e um banho de bola em meia hora: United arruma City (e Liverpool faz a festa)

Para Bruno Fernandes, que passando os exames médicos que deverá realizar na manhã desta quinta-feira poderá ser opção já no sábado diante do Wolverhampton, este dérbi que o United venceu de novo como tinha acontecido na Premier League mostrou parte daquilo que pode acrescentar ou tem de melhorar nesta nova aventura que irá iniciar na carreira: por um lado, e na parte positiva, a meia distância, a capacidade de encontrar espaços entre linhas no apoio aos avançados e a rotina de cair nas laterais para criar superioridade numérica; por outro, e no lado mais negativo, travar movimentos como os que Lingaard fez em demasia esta noite, a “colar” demasiado em Matic e Fred quando a equipa não tinha bola e que lhe retirava metros para depois fazer a diferença.

“Estou muito contente por termos conseguido fechar com o Sporting. Existiram boas negociações com o clube e sabemos que, em termos históricos, estes dois clubes têm sido bons um para o outro. Agora que chegámos a acordo, esperamos que seja possível fechar o contrato com o rapaz, passar os exames médicos e anunciar”, disse Solskjaer na primeira reação à contratação de Bruno Fernandes, jogador que, de acordo com a imprensa inglesa, deu nas vistas não só pelas qualidades técnicas e táticas mas também pela parte de liderança observada não só pelos olheiros do clube mas pelo próprio norueguês, que gosta de jogadores como o internacional português e que costuma descrever como “arrogant yet humble” [“arrogante mas humilde”].