O ReMuseu, um equipamento temporário, reciclado e reciclável, que pretende mudar comportamentos, será inaugurado em 17 de maio, em Alcântara, Lisboa, e estará disponível durante um ano, foi esta terça-feira anunciado.

Em declarações aos jornalistas na apresentação da iniciativa, que decorreu no parque de estacionamento subterrâneo onde nascerá o ReMuseu, o diretor-geral do Electrão — Associação de Gestão de Resíduos, um dos promotores, explicou que a ideia do projeto surgiu a partir de um desafio lançado pela NewsMuseum antes de Lisboa ter sido reconhecida com o galardão de Capital Verde Europeia 2020 e que “rapidamente coincidiu com a agenda de eventos” que a capital vai promover.

Segundo Pedro Nazareth, a ideia deste museu é não criar um espaço novo, nem utilizar materiais novos.

Vai ser um museu temporário, finito no tempo, com princípio, meio e fim, vai poder fazer uso de materiais e de espaço reutilizado. E concluída a obra do ReMuseu, nós vamos poder utilizar os conteúdos e criar um centro de ativação permanente, de sensibilização ambiental para a área da reciclagem”, afirmou.

O diretor-geral do Electrão adiantou que o museu contará com uma “superestrutura exterior”, através da qual os visitantes farão a sua admissão ao ReMuseu, e depois terão oportunidade de fazer “uma viagem pelo mundo do consumo” e da “reutilização de equipamentos e de bens”.

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Além de querer mudar hábitos e comportamentos, o ReMuseu pretende “explicar o que está para lá do contentor do lixo, o que é o mundo da reciclagem e a forma como as pessoas podem facilitar este mundo da reciclagem e contribuírem para um mundo melhor”, destacou Pedro Nazareth.

“Isto vai ser feito ao longo de sete salas, onde as pessoas estão convidadas a fazer esta viagem”, acrescentou.

Pedro Nazareth realçou ainda que é necessário explicar aos visitantes que a reciclagem e a separação de resíduos não é suficiente.

“É, sem dúvida, um contributo muito importante, mas nós temos de objetivamente repensar a forma como nós consumimos”, defendeu o diretor-geral do Electrão, acrescentando que está convicto de que a experiência conseguirá mudar comportamentos.

“Eu acho que muitas pessoas vão deixar cair muitos dos tabus, que, de alguma forma, são inibidores da ação e da correta separação de resíduos, esperando que amanhã já não seja um em cada três, mas que seja um em cada cinco a não promover a correta reciclagem dos resíduos”, argumentou.

O ReMuseu vai ter um conjunto de experiências interativas “para dar o filme” do que é a gestão de resíduos, o que são equipamentos elétricos usados, o que é que são as diferentes tipologias de embalagens usadas e como é que estas são triadas e recicladas “para lá do contentor do lixo”, sintetizou Pedro Nazareth.

Por seu turno, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), reforçou que o museu tem a “mensagem muito clara” de transmitir que “a ação de cada um conta muito”.

O chefe do executivo municipal ambiciona que, no final do ano de 2020, a capital seja mais verde, os cidadãos estejam “mais conscientes e mais ativos”e sejam alcançados melhores resultados em matéria de reciclagem.

A entrada no museu é gratuita, mas os visitantes terão de entregar uma embalagem usada para receberem o seu bilhete.

O ReMuseu, inserido na programação da Lisboa Capital Verde Europeia 2020, é promovido pelo Electrão e pelo Lidl Portugal, contando com o apoio da autarquia da capital e do NewsMuseum.