O Novo Banco pediu a insolvência da Totalpart, uma sociedade que gere outras unidades do Grupo Moniz da Maia, com o objetivo de reaver 375 milhões de euros que foram concedidos em empréstimos pelo BES, em 2009 e 2011, mas que não foram saldados, segundo conta o Jornal de Notícias, esta quarta-feira. Porém, o banco apenas deverá conseguir reaver terrenos localizados em Benavente, que, ainda assim, podem valer dezenas de milhões de euros.
De acordo com o jornal, o BES aceitou ações de valor quase nulo como garantia em empréstimos ao milionário Bernardo Moniz da Maia, que pertence a uma das famílias mais ricas do país e é antigo piloto de automóveis de todo-o-terreno. Em causa estão, segundo invocou o Novo Banco, dívidas de 16,5 milhões de um crédito concedido diretamente à empresa liderada por Moniz da Maia em 2009, a que se somam 358,3 milhões de euros de um contrato de financiamento entre o BES e a Sogema Investments Limited, sociedade que gere participações em negócios da família do empresário, em que a Totalpart assumiu a “qualidade de garante”.
As obrigações de pagamento do capital e juros da Sogema nunca foram cumpridas. Na argumentação do Novo Banco, o facto de a Totalpart “incumprir reiteradamente com as suas obrigações” e não ter feito “qualquer pagamento” levou a um “avultadíssimo montante das obrigações em dívida” e, por isso, o tribunal deveria decretar insolvência. O Novo Banco acrescenta que o empréstimo de cerca de 350 milhões teve como garantias ações de empresas que tinham apresentado um passivo superior ao ativo, ou seja, encontravam-se “claramente insolventes”.
Quanto ao crédito concedido à Totalpart, não há, segundo o jornal, referência a garantias.
O empresário Bernardo Moniz da Maia é ainda um dos maiores devedores do BES. Ao todo, as dívidas das empresas de Moniz da Maia deverão chegar aos 535 milhões de euros.