Quantas vezes já quis carregar o iPhone e o colega do lado só ter carregador de Samsung? Ou carregar o Huawei e só haver um carregador de iPad? Há muito que Bruxelas quer acabar com a diversidade de carregadores e, esta quinta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução que obriga a comissão a apresentar disposições obrigatórias para a introdução de um carregador comum e, se for necessário, apresentar “uma medida legislativa até, o mais tardar, julho de 2020”.

A maior motivação do Parlamento Europeu foi as questões ambientais (os resíduos eletrónicos na Europa correspondem a uma média de 16,6 kg) por habitante, além da preocupação de facilitar a vida aos cidadãos europeus. A resolução foi aprovada esta quinta-feira com 582 votos a favor, 40 contra e 37 abstenções.

A comissão, diz o Parlamento Europeu, deve “garantir que o quadro legislativo para um carregador comum seja objeto de um exame regular, de modo a ter em conta o progresso técnico”. Os eurodeputados exortam a comissão a tomar medidas no sentido de: “assegurar da melhor forma possível a interoperabilidade dos diferentes carregadores sem fios com diferentes dispositivos móveis, tendo em conta que a utilização desta tecnologia pode oferecer vantagens adicionais”; “aumentar a quantidade de cabos e carregadores recolhidos e reciclados nos Estados‑Membros, eventualmente através da adoção de novas iniciativas legislativas”; e “assegurar que os consumidores deixem de ser obrigados a comprar um novo carregador com cada novo dispositivo”.

De acordo com contas feitas pelo Parlamento Europeu, todos os anos são produzidos cerca de 50 milhões de toneladas de resíduos eletrónicos em todo o mundo, dos quais 12,3 milhões de toneladas correspondem à Europa. Isso corresponde a uma média de 16,6 kg por habitante.

Já desde a Diretiva Equipamentos de Rádio, de 2014, que os eurodeputados apontavam para a necessidade de avançar para um carregador comum, tendo concedido poderes à comissão Comissão para adotar normas específicas (ato delegado) nesse sentido. Para os deputados, a as medidas tomadas pela Comissão não foram suficientes e por isso os eurodeputados insistem num carregador comum para telemóveis, tabletes, leitores de livros digitais e outros aparelhos eletrónicos portáteis se torne uma realidade o mais rapidamente possível. E pedem que a norma seja apresentada com “caráter de urgência”.

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