O Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, inaugura na sexta-feira a exposição “Orient Express — Viagem de Retorno”, com maquetes de obras da dupla de arquitetos Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira na Ásia.

Em exibição até dia 29 de março, a mostra vai dar a conhecer ao público projetos de maquetes de obras que esta dupla já realizou e ainda tem em curso na Coreia do Sul, China e Taiwan, tal como esculturas, vídeos e desenhos.

Este acervo vai, após o fim da exposição, ficar depositado em Serralves, na sequência da assinatura de contrato de depósito entre estes arquitetos e o museu.

Em declarações esta quinta-feira aos jornalistas, após uma visita à “Orient Express — Viagem de Retorno”, o Pritzker português Siza Vieira revelou que o trabalho que teve e que ainda tem passa muito pela Ásia.

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Apesar de uma cultura, base histórica e visões diferentes, o arquiteto elogiou as condições de trabalho nos países daquele continente, ao invés daquelas que existem em Portugal.

Devido aos seus 86 anos, Siza Vieira assumiu já não viajar até à Ásia, contando com “os olhos” de Carlos Castanheira e com as novas tecnologias para conhecer os locais para onde está a idealizar a obra, assim como as pessoas que a pediram.

Falando na necessidade de se adaptar, Carlos Castanheira reforçou que os asiáticos querem “trabalhos de qualidade”, não olhando a meios para os conseguir.

Eles querem algo diferente, algo que seja de qualidade, querem que a obra seja boa e, por isso, não têm problemas em gastar dinheiro”, sublinhou.

Esta é a diferença com Portugal, considerou o arquiteto Carlos Castanheira, acrescentando que os portugueses querem coisas de qualidade, mas por “pouco dinheiro”.

Apesar de só cerca de 11 maquetes estarem em exposição, o acervo depositado desta dupla de arquitetos engloba 92 projetos de maquetes, 12 peças de mobiliário e 11 serigrafias.

Este material vem juntar-se a parte do acervo que Siza Vieira, em 2015, doou a Serralves.

O transporte, entrega, avaliação inventariação e depósito do material começou em 2019, estando este ano a ser alvo de limpeza e restauro para estarem disponíveis para empréstimo, consulta e análise de estudiosos, mas também do público em geral.