“Têm qualidade nos homens da frente. Têm Varela, Marco Matias, que conheço bem, o André Santos no meio-campo… São homens experientes, a jogar por dentro ou por fora, a jogar na profundidade”. Foi assim que Bruno Lage, ainda na antevisão à receção ao Belenenses SAD, alertou os adeptos encarnados para os perigos da equipa de Petit. Falou de Varela, antigo jogador do FC Porto, falou de Marco Matias, que lhe passou pelas mãos no Swansea, e falou de André Santos, médio formado no Sporting. Mas esqueceu-se de um.

Bruno Lage, o ministro que evitou o Adelxit para manter a união (a crónica do Benfica-Belenenses SAD)

Luís Carlos Pereira Carneiro, Licá, é mesmo a principal referência do Belenenses SAD e o líder dos azuis, que vai mantendo a união de uma equipa que já vai no terceiro treinador na atual temporada. Esta sexta-feira, na Luz, Licá conseguiu mesmo um feito assinalável: tornou-se o primeiro jogador adversário a bisar na casa do Benfica desde o ano passado, quando o alemão Timo Werner o fez ao serviço do RB Leipzig em jogo da Liga Europa. Para a Liga, o último tinha mesmo sido Miguel Cardoso, do Tondela, há já dois anos.

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O avançado português ex-FC Porto reduziu duas vezes a desvantagem mas não conseguiu evitar a derrota do Belenenses SAD, que apesar de todos os problemas que causou ao Benfica saiu da Luz sem qualquer ponto conquistado. Os encarnados alcançaram a 16.ª vitória consecutiva na Liga, a sexta para todas as competições, e colocaram-se novamente à condição com dez pontos de vantagem em relação ao FC Porto (que só joga este sábado). Carlos Vinícius chegou aos 20 golos esta temporada, Taarabt estreou-se a marcar em jogos oficiais, Chiquinho apontou o primeiro golo na Liga mas nem tudo foi perfeito: o Benfica sofreu para vencer, realizou uma segunda parte muito abaixo do exigido e os níveis exibicionais individuais foram sofríveis, com Pizzi a passar ao lado do jogo e Cervi e Rafa com dificuldades para desequilibrar.

“Foi um jogo muito difícil, como perspetivávamos. Acima de tudo fica uma vitória justa por aquilo que fizemos. Tivemos uma boa entrada no jogo. Uma primeira parte completamente do nosso lado. Ficou a sensação, e isso acontece muitas vezes em casa, que a equipa quis muito cedo e muito rápido marcar o terceiro golo, quer quando estava 2-0 e depois com o 2-1. Havia espaço mas podíamos ter tido mais bola para controlar o jogo, com mais paciência e aí o jogo não ficava tão dividido, como aconteceu a partir dos 55, 60 minutos”, disse Bruno Lage na flash interview. O treinador garantiu ainda que o problema da equipa não foram erros defensivos.

“Ao não termos bola deixámos o jogo ficar dividido e com equipas boas como é o Belenenses SAD é sempre mais difícil. Em termos ofensivos criámos muitas oportunidades e não pecámos em termos defensivos. Foi o querer ser muito rápido, com velocidade e passes verticais. Colocámos o jogo na divisão da posse e do resultado, mas conseguimos segurar o resultado para o nosso lado”, concluiu Lage.