O MSN ganhou uma nova vida no dia em que o Barcelona juntou na mesma equipa (e ataque) três sul-americanos, de seu nome Messi, Suárez e Neymar. A ligação partiu com a ida do brasileiro para o PSG, o nome ficou. Mais do que o MSF do Liverpool, atual campeão europeu com uma das linhas avançadas mais temíveis da atualidade mas que não é tão falada como a dos catalães porque o trabalho coletivo de toda a equipa abafa as individualidades. Ainda assim, existe. E com outra nuance: enquanto nos blaugrana é “Messi e os outros dois”, nos reds há quem prefira Salah e há quem prefira Mané. Alberto Moreno, por exemplo, vai por Firmino.

Nuno e o Wolves estiveram perto mas este Liverpool é um papa-recordes que só sabe ganhar: até quando não é melhor

“O Salah é golo, o Mané é uma flecha, incisivo, e o Firmino é a minha debilidade”, disse numa entrevista à Marca o antigo lateral esquerdo do Liverpool, hoje no Villarreal. “O Firmino tem golo, faz jogar todos os outros, trabalha de uma forma descomunal. É um jogador chave que faz tudo”, acrescentou. Assim continuava, com outra curiosidade que transforma o brasileiro num goleador a jogar fora e num criador/trabalhador nos jogos em casa.

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“Quando penso no Bobby [Roberto Firmino] não vejo os golos que marca. É um jogador que liga a equipa, é por isso que se torna tão importante para nós. É o único que se pode ocupar desse papel de número 9 fazendo-o de forma muito especial”, resumiu Jürgen Klopp, que apostou no brasileiro que atuava nos alemães do Hoffenheim. Os números mostravam isso mesmo: Sadio Mané tinha 15 golos e 11 assistências, Mo Salah tinha 15 golos e oito assistências, Firmino tinha “apenas” dez golos e nove assistências. Mas há uma outra curiosidade a propósito dos números do jogador que todos elogiam porque aquilo que consegue fazer também sem bola.

Entre os dez golos que levava nesta temporada de 2019/20, todos foram apontados como visitante (Southampton, Burnley, Chelsea, Crystal Palace, bis com Leicester, Tottenham e Wolverhampton na Premier League, Monterrey e Flamengo no Mundial de Clubes). E é preciso recuar quase 300 dias para ver o último golo em Anfield Road, por curiosidade frente a uma equipa portuguesa, o FC Porto, nos quartos da Liga dos Campeões. Esta época, num total de 1.o92 minutos em casa, nem um golo. “É uma pura coincidência”, comentou Klopp.

Numa informação com spoiler alert para o resto do texto, Firmino aumentou para 1.182 minutos sem marcar um golo em casa. Mas também é verdade que, sem surpresa, acabou por ser uma das principais figuras do Liverpool em mais um triunfo frente ao Southampton (4-0) rumo ao mais do que anunciado título na Premier League e com uma série de recordes à vista como pontos, vitórias em casa, triunfos fora, menos derrotas, jogos consecutivos sem perder, vitórias seguidas, mais golos marcados ou menos golos sofridos, entre outros: após uma das primeiras partes mais complicadas do conjunto de Klopp em Anfield, o brasileiro encontrou o espaço para Oxlade-Chaberlain inaugurar o marcador (47′), assistiu Henderson para o 2-0 (60′), esteve na jogada que isolou Salah para o 3-0 (72′) e assistiu o egípcio no 4-0 (90′), num encontro que se tornou fácil no decorrer do segundo tempo, assegurando a 16.ª vitória consecutiva numa Premier onde o Liverpool leva 24 vitórias… e um empate.