Letónia, 4-0. Alemanha, 5-0. Rep. Checa, 4-1. A passagem da Seleção Nacional, atual campeã europeia, na main round da qualificação para o Campeonato do Mundo mostrou facilidades que se tornaram enganadoras com a Ronda de Elite que se seguiria. Aliás, os próprios nomes dos adversários não aparentavam na teoria grandes dúvidas: entre Finlândia e Bielorrússia, a grande decisão seria discutida com a Itália e quem perdesse caía para o playoff. No entanto, a evolução do futsal chega a todos a houve uma competividade bem maior no grupo.

Portugal começou esta última fase de apuramento com a Bielorrússia. Uma equipa que nunca participou numa fase final do Mundial, que começou por vencer Kosovo, Andorra e Noruega, que passou à Ronda de Elite após ganhar a Hungria e Inglaterra e empatar com a Itália. Ainda assim, uma equipa “desconhecida”. A Seleção até começou a perder com um golo de Rogovik mas Cardinal e Tiago Brito deram a volta no segundo tempo (2-1). Seguia-se a Finlândia. Uma equipa que nunca participou numa fase final do Mundial, que começou a ganhar a Irlanda do Norte e Gales antes de perder com a Moldávia, que passou à Ronda de Elite após vencer Geórgia e Polónia e perder com a Espanha. Ainda assim, uma equipa “desconhecida”. A Seleção esteve a perder por 2-0 (Hosio e Korpela) mas ainda conseguiu empatar com golos de Bruno Coelho e Cardinal nos dois últimos minutos.

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A decisão passaria assim pelo Portugal-Itália mas com outro dado importante a ter em conta: antes, no penúltimo jogo do grupo, a Finlândia derrotou a Bielorrússia por 4-2 e passou a somar cinco pontos, originando um cenário onde uma derrota poderia não só afastar o apuramento direto como retirar a possibilidade de ir a playoff. Foi isso que aconteceu à Itália, foi isso que Portugal “fintou” com todo o mérito, vencendo por 4-1 com golos de Fábio Cecílio, Pany Varela e Ricardinho que garantiram a sexta qualificação seguida da Seleção no Mundial.

Portugal estreia-se a ganhar na qualificação para o Mundial de futsal

Ao contrário do que aconteceu nos primeiros dois encontros, o conjunto de Jorge Braz teve uma entrada forte na partida com superioridade em todos aspetos em relação a uma equipa transalpina que nunca conseguiu aparecer em termos ofensivos apesar de ter alguns desequilibradores em campo como Alex Merlim, jogador que atua na Liga portuguesa (Sporting). Mammarella, em dia de aniversário (36 anos), foi evitando com várias intervenções o primeiro golo da Seleção mas nada conseguiu fazer perante uma das melhores combinações do encontro, quando Ricardinho fez a reposição lateral em balão para Bruno Coelho, que assistiu de primeira Fábio Cecílio para o 1-0 (11′). Portugal estava melhor e, ainda antes do intervalo, Pany Varela, após trabalho individual, fez o 2-0 (17′).

Portugal empata com Finlândia e é segundo na qualificação para o Mundial de futsal

No segundo tempo, a Seleção foi procurando gerir a vantagem a perceber as possibilidades que se iam abrindo para sair em situações de igualdade e vantagem numérica, não conseguindo todavia ampliar a margem de conforto até sete minutos e meio do final, altura em que a Itália arriscou jogar com guarda-redes avançado mas com poucas oportunidades para visar a baliza de André Sousa perante a intensidade e agressividade com que a equipa nacional abordou o 5×4, controlando os dois golos de avanço até ao final do encontro na Póvoa de Varzim até fechar as contas por com um bis de Ricardinho já no derradeiro minuto depois de Alex Merlim ter sido expulso. O máximo que a Itália conseguiu foi mesmo reduzir a desvantagem a 12 segundos do final por Romano.

Portugal conseguiu assim a sexta participação consecutiva no Campeonato do Mundo, onde tem como melhor lugar o terceiro posto na Guatemala, em 2000 – seguido da quarta posição alcançada na Colômbia, na última edição, em 2016. A Seleção Nacional soma ainda uma segunda fase em 2004, uma primeira fase em 2008 e uns quartos em 2012. Agora, e pela primeira vez, Portugal chega à Lituânia com estatuto de campeã europeia, numa prova que conta também, e para já, com a Rússia (a outra equipa europeia apurada) e com a Ilhas Salomão, equipa que garantiu a qualificação na fase de apuramento da Oceânia.