A balança comercial brasileira registou um défice de 1,745 mil milhões de dólares (1,58 mil milhões de euros) no mês passado, o pior resultado para o mês de janeiro em cinco anos, foi esta segunda-feira anunciado.

Segundo o Ministério da Economia do Brasil, em janeiro passado, as exportações somaram 14,430 mil milhões de dólares (13,05 mil milhões de euros) face às importações no valor de 16,175 mil milhões de dólares (14,63 mil milhões de euros), resultando no pior défice para o primeiro mês do ano desde 2015.

Ambos os indicadores recuaram em relação ao mesmo período do ano anterior, com as exportações a registarem uma queda de 20,2%, enquanto que as importações apresentaram uma diminuição de 1,3%.

Em relação às exportações, o executivo brasileiro verificou uma redução na venda de produtos básicos (-11,9%), manufaturados (-27,7%) e semimanufaturados (-25,2%).

Nas importações, diminuíram as aquisições de combustíveis e lubrificantes (-15,3%) e de bens intermediários (-3,4%).

De acordo com o Governo, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, os principais compradores de produtos brasileiros em janeiro foram a China, que totalizou compras no valor de 3,672 mil milhões de dólares (3,32 mil milhões de euros); os Estados Unidos, com 1,617 mil milhões de dólares (1,46 mil milhões de euros); e a Argentina, com 680 milhões de dólares (615 milhões de euros).

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Seguiram-se os Países Baixos, cujas importações do Brasil ficaram-se nos 532 milhões de dólares (481 milhões de euros), e Singapura, com 388 milhões de dólares (351 milhões de euros).

Já o superavit acumulado na balança comercial brasileira nos últimos 12 meses, até janeiro de 2020, foi de 43,2 mil milhões de dólares (39 mil milhões de euros), com as exportações no período (no valor de cerca de 199 mil milhões de euros) a superarem as importações (cerca de 160 milhões de euros).

De acordo com o Ministério da Economia, “dados comparativos preliminares apontam que o superavit comercial brasileiro, acumulado nos últimos 12 meses, é um dos 10 maiores do mundo e o sétimo maior entre as economias do G20 [grupo das maiores economias do mundo]”, apesar da procura externa mundial seguir “em ritmo enfraquecido”.

Segundo o secretário de Estatística de Comércio exterior, Herlon Brandão, até o momento não houve impacto nas operações portuárias brasileiras na China, devido ao novo coronavírus.

As companhias de seguro recomendam que as tripulações não desembarquem na China, mas isso não afeta as operações portuárias. A operação de grão, por exemplo, é totalmente mecânica, não há contacto entre humanos e não afeta a operação. Estamos a monitorizar e, na medida em que houver algum efeito sobre a economia chinesa, assim como todos os países do mundo, o Brasil também pode se afetado”, reconheceu Brandão, citado pela imprensa local.

A China elevou esta quinta-feira para 362 mortos e mais de 17 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há mais casos de infeção confirmados em 24 outros países.