O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, admitiu esta terça-feira que a capacidade da organização de impulsionar uma solução política para a crise na Venezuela é “limitada”, mas realçou que esta é a única maneira de o país avançar.

Estamos muito preocupados com o facto de a situação continuar sem uma solução política”, indicou Guterres em conferência de imprensa.

Um ano depois do líder da oposição Juan Guaidó se autoproclamar Presidente interino da Venezuela, na tentativa de retirar do poder o chefe de Estado, Nicolás Maduro, a ONU continua a insistir que a crise só pode terminar com “diálogo” e por meios políticos. “É a única forma de superar estas dificuldades”, afirmou o secretário-geral da ONU.

Sobre o papel das Nações Unidas, Guterres salientou que “está claro” que a sua “capacidade de responder ao problema político foi limitada” e recordou que a mediação da organização só pode funcionar se os dois lados em conflito o desejarem. “Até agora não tivemos essa situação. Apoiamos a mediação norueguesa, mas infelizmente, por enquanto, não produziu resultados”, acrescentou.

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Guterres destacou ainda o trabalho da ONU no âmbito humanitário, ao apoiar os venezuelanos que fugiram do país e ao tentar melhorar a situação na Venezuela, apesar das restrições financeiras, assim como o trabalho na defesa dos direitos humanos. “Esta é uma área em que pretendemos continuar a ajudar o máximo possível para restabelecer uma situação normal em relação aos direitos humanos”, disse António Guterres.

O responsável máximo das Nações Unidas foi ainda questionado sobre o papel da organização na Bolívia, onde enviou um representante, o francês Jean Arnault, para tentar mediar a crise.

“O nosso enviado especial tem sido muito ativo com um único objetivo: ajudar a impedir que a Bolívia se polarize e entre em um conflito que seria terrível para as pessoas e o futuro do país e a criar condições para o restabelecimento de um processo democrático normal”, explicou Guterres.