Três jogos em casa, três vitórias. Três jogos em casa, nove golos marcados. Três jogos em casa, seis golos sofridos. Com o resultado com Rio Ave a meio do mês, com o Beleneneses SAD na passada sexta-feira e o igual resultado esta terça-feira com o Famalicão, o Benfica alcançou uma marca que não se via há 55 anos: desde 1965 que os encarnados não sofriam dois ou mais golos em três encontros consecutivos na Luz.

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Ainda assim, apesar dos dois golos sofridos tanto com os vilacondenses como com os azuis e os famalicenses, o Benfica resgata o inequívoco dado positivo de ter conseguido ganhar cada um desses três jogos. Depois da vitória tirada a ferros com o Rio Ave para Taça e da mesma vitória tirada a ferros com o Belenenses SAD para a Liga, a equipa de Bruno Lage voltou a beneficiar de uma eficácia acima da média — aliada a uma superior qualidade individual que se torna preponderante em momentos de decisão — para alcançar mais uma vitória a ferros com o Famalicão. Uma vitória que é já a 12.ª consecutiva na Luz, algo que não acontecia há mais de 30 anos, desde o Benfica de Toni em 1989.

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Na flash interview, Bruno Lage elogiou a intensidade da primeira mão da meia-final da Taça e explicou os dois golos sofridos. “Foi um extraordinário jogo da Taça, um jogo à inglesa, com bola cá e bola lá. Onde nós pecámos foi no nosso equilíbrio, não foi na transição defensiva. Demos a oportunidade ao Famalicão de transitar e marcar dois golos. Perceber que foi um excelente jogo, contra uma excelente equipa e contra um jovem treinador que nos obrigou a ver o jogo de uma forma diferente. Quando estamos com bola, o nosso equilíbrio não foi o melhor e isso permitiu-nos sofrer os dois golos que sofremos. Ver a equipa, depois de sofrer dois golos, ir atrás da baliza adversária deixa-nos confiantes. Às vezes as coisas não correm bem e temos de nos agarrar a estas coisas”, atirou o técnico encarnado, que recordou ainda que na temporada passada o Benfica também saiu em vantagem para a segunda mão e acabou por ser eliminado pelo Sporting. “Já estivemos assim no passado. A vantagem neste momento é de 3-2 e temos de ir a Famalicão fazer um grande jogo e vencer”, concluiu Lage.

Logo depois, o treinador do Famalicão brincou com as palavras do homólogo encarnado e mostrou uma veia patriota. “Foi um bom jogo de duas equipas portuguesas, isso é que temos de realçar. Primeira parte algo tática, mas depois começámos a controlar o jogo e até chegámos a dominá-lo, entrando em zonas de finalização. Prometemos que vínhamos aqui jogar para ganhar, não conseguimos, mas vamos jogar para chegar à final. Temos de recuperar, com um jogo extremamente complicado para a Liga [V. Guimarães], para depois irmos com todas as forças para tentar passar à final”, dise João Pedro Sousa.

O Benfica venceu o Famalicão na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal e parte em vantagem para a segunda mão, disputada já na próxima semana. Pelo meio, os encarnados visitam o FC Porto no Dragão, num jogo que se pode tornar decisivo para as contas do título. O desgaste da partida desta terça-feira, jogada a alta intensidade e sempre num ritmo acima da média, pode revelar algum desgaste adicional na equipa de Bruno Lage: ainda assim, o facto de Weigl não ter jogado e de Rafa e Vinícius terem feito apenas meia-hora resguarda três dos jogadores mais influentes dos encarnados nesta fase da temporada.