A Boeing descobriu um novo problema nos sistemas informáticos do modelo 737 Max, cujos voos estão suspensos desde o ano passado na sequência de dois acidentes que provocaram a morte a mais de 300 pessoas.

Este novo problema terá de ser resolvido antes de os aviões 737 Max poderem voltar a voar — algo que a Boeing pretendia que fosse possível já na primeira metade deste ano.

Segundo a Bloomberg, a informação foi avançada esta quinta-feira em conferência de imprensa pelo responsável da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, Steve Dickson.

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Sem fornecer detalhes, Dickson afirmou apenas que o problema se prende com um sinal luminoso relacionado com o sistema de estabilização do avião “fica ligado durante mais tempo do que o desejado“. Trata-se de um sistema que ajuda os pilotos a subir ou a descer o nariz (parte dianteira) do avião.

De acordo com fontes do setor da aviação norte-americano ouvidas pela Bloomberg, este novo problema não deverá atrasar o regresso ao mercado dos aviões 737 Max, uma vez que a Boeing previu a possibilidade de surgimento de novos problemas quando estimou os prazos.

A crise com o Boeing 737 Max é uma das mais graves da história da empresa norte-americana, que perdeu milhões de dólares com a suspensão de todos os voos operados com este modelo.

Na origem da crise estão dois acidentes que ocorreram em 2018 e 2019 com estes aviões, que provocaram mais de 300 mortes.

O primeiro ocorreu em outubro de 2018, quando um avião da companhia indonésia Lion Air caiu no mar 13 minutos depois de descolar em Jacarta. Morreram 189 pessoas.

O segundo aconteceu em março de 2019, com um avião da Ethiopian Airlines que caiu pouco depois de descolar da capital etíope, Adis Abeba. Nesse acidente, morreram 157 pessoas.

Na sequência dos dois acidentes, percebeu-se que a causa das duas quedas estava relacionada com problemas específicos do modelo 737 Max, pelo que a Boeing decidiu reter nos aeroportos todos os aviões deste modelo.

Desde o ano passado, a Boeing tem estado a trabalhar na correção dos problemas identificados pelas investigações estatais aos dois acidentes, com o objetivo de permitir que o modelo 737 Max possa voltar a ser utilizado pelas companhias aéreas este ano.