Um Leaf da primeira geração equipado com oito LiDAR – na prática scanners por laser –, sete câmaras de vídeo e sensores de radar em torno do veículo, realizou uma viagem de 370 km sem que o condutor tocasse no volante. Para que toda a informação recolhida fosse processada e o Leaf tomasse sempre as melhores decisões, na bagageira estavam seis computadores, cada um responsável por uma área específica.

A viagem ligou o centro técnico da Nissan em Cranfield, a norte de Londres, à fábrica que o construtor possui em Sunderland, no nordeste, e se surge como um importante marco tecnológico, faz parte de um processo em que a Nissan trabalha com diversos protótipos desde 2017, aproveitando a legislação britânica mais “aberta” a testes com veículos autónomos em território europeu.

Esta demonstração prova que a Nissan está decidida a conquistar uma fatia importante do negócio que envolve veículos autónomos, que os especialistas estimam poder representar mais de 950 mil milhões de euros em 2035. A viagem decorreu sobretudo em estrada e auto-estrada, com a Nissan a evitar neste caso as cidades, onde o trânsito caótico representa um nível de exigência superior para esta tecnologia.

O projecto por detrás do protótipo autónomo da Nissan coloca a marca japonesa na primeira liga dos carros sem condutor, que parece ser liderada pela Waymo, a divisão autónoma da Google que pretende desenvolver a tecnologia para depois a fornecer, chave na mão, aos fabricante de automóveis. A Tesla promete realizar em 2020 uma demonstração pública do seu sistema, enquanto a General Motors revelou recentemente o seu projecto Origin, um veículo que nem sequer está equipado com pedais ou volante.

Esta iniciativa da Nissan, denominada HumanDrive, envolve uma série de empresas e entidades públicas e privadas, todas elas interessadas em fazer avançar os limites da condução autónoma. “O nosso protótipo autónomo do Leaf demonstrou que está muito mais atento a tudo o que o rodeia do que qualquer condutor humano, graças à quantidade de sensores e sistemas com que está equipado”, destacou o vice-presidente sénior da Nissan, responsável pela investigação e desenvolvimento, David Moss. Mais animado ainda parecia estar o ministro da Economia inglês, Naddhim Zahawi, que saudou “a forma segura como a Nissan e o consórcio HumanDrive realizaram a primeira viagem autónoma no Reino Unido”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR